Com exceção de uma chance importante de Felipe Azevedo em um contra-ataque aos 42 minutos do segundo tempo, o Ceará voltou a ter muitas dificuldades ofensivas na Série A do Campeonato Brasileiro. Ainda que tenha enfrentado um São Paulo inofensivo, desprovido de confiança e tecnicamente ruim – vem de eliminações neste ano no Campeonato Paulista e na Copa do Brasil – o Alvinegro teve problemas para entrar na área adversária, pressionar e trocar passes verticais. Neste contexto, empatou por 0 a 0 e somou seu primeiro ponto na competição diante de 29.186 pagantes no Castelão.

A partida foi péssima, um castigo. O desempenho do Ceará no seu sistema de ataque preocupa. Por enquanto, é inócuo, diferente do aspecto defensivo, bem mais seguro na comparação entre setores. Na derrota contra o Santos por 2 a 0, estreia na Série A, o time não criou nada e foi o único dos 20 times na primeira divisão que não finalizou de dentro da área na primeira rodada. Neste domingo, jogando em casa e com relevante apoio do torcedor, finalizou 12 vezes, mas apenas três tiveram direção ao gol e só uma levou perigo, quando Sidão defendeu chute cruzado de Felipe Azevedo no fim da partida. As demais saíram de tentativas de fora da área em chutes aleatórios sem conexão com um jogo apoiado ou trabalhado.

O técnico Chamusca optou por começar a partida num esquema com três zagueiros – que variava no 3-4-3 e 3-5-2 – mas com poucos treinos a distribuição não funcionou. Arthur mais uma vez ficou isolado. Os laterais e os meio-campistas não se aproximavam e erravam passes demais. Rafael Carioca, Arnaldo, Juninho, Pio e Wescley foram mal. Roberto entrou – e correu muito, como sempre – o esquema mudou, mas a fragilidade ofensiva do Ceará permaneceu.

Além de encontrar um tática de jogo que faça o Ceará ser mais efetivo ofensivamente, Chamusca vai precisar de material humano no meio-campo criativo e no ataque para a missão. As duas primeiras rodadas da Série A deixaram isso bem nítido, se é que não estava claro para alguns.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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