Filho de um militar que não aceitava a ideia de ter um a artista na família, Ney Matogrosso se considera sortudo por isso, pois assim ele se fez um transgressor.
Seu primeiro disco, com a banda Secos e Molhados, vendeu quase um milhão de copias. Depois disso, em carreira solo, gravou mais de 300 músicas, criando alguns clássicos inesquecíveis da MPB. Nas paradas de sucesso, Ney já foi ‘Bandido’, ‘Sujeito Estranho’, ‘Homem com H’, ‘Pescador de Pérolas’, ‘Vagabundo’, entre outros.
Educado e desbocado, sério e irreverente, sóbrio na vida e escandaloso no palco, Ney é um dos maiores ícones da música brasileira.
Em tempos de discussões sobre biografias não autorizadas, Ney entregou nas mãos do diretor Joel Pizzini, o seu acervo pessoal de vídeo, que possuía 300 horas de material, para a produção de um documentário, no qual o artista diz que não vetou nada. E assim se declara a favor de que as biografias sejam liberadas. Entretanto, defendeu que, quando visar lucro, o biografado deve ser remunerado.
Olho Nu (2012), é uma evocação poética ao universo e da arte de Ney Matogrosso. Construído de ‘fragmentos’ que foram retirados do acervo pessoal do artista, de onde surgiram registros raros, entre eles Ney se maquiando antes de ir ao palco com o Secos e Molhados na década de 1970. Onde se apresentou para um público de 20 mil pessoas, com coreografias descompassa, um figurino que mais mostrava que escondia e uma maquiagem marcante.
”
“Eu dançava embora não fosse dançarino, eu cantava embora não fosse canto e eu atuava por eu achava que era ator. Então eu não subia no palco como uma pessoa, eu sempre subi como um personagem”.”
Sua história se entrelaça a períodos marcantes da história politica e cultural brasileira, como a bossa nova, o tropicalismo, a luta contra a censura e o movimento popular Diretas Já.
O filme foi lançado em maio, deste ano, por enquanto está disponível somente no iTunes, por USD 14.99:
https://itunes.apple.com/br/movie/olho-nu/id895553680
Além do lançamento do documentário, em celebração aos seus 40 anos de careira, Ney Matogrosso está em turnê com seu mais novo trabalho, “Atento aos sinais“, que chega a Fortaleza neste sábado, dia 26 de junho. Diferente do disco anterior, “Beijo bandido”, o repertório e consequentemente o show estão mais ‘rocker’, com mais peso e composições que trazem a cena temáticas (problemáticas) atuais. Algumas canções são de compositores pouco conhecidos nacionalmente e outras de antigos parceiros.
Repertório do espetáculo:
1. Rua da Passagem (Arnaldo Antunes / Lenine)
2. Incêndio (Pedro Luis)
3. Vida Louca Vida (Lobão)
4. Roendo as Unhas (Paulinho da Viola)
5. Noite Torta (Itamar Assumpção)
6. A Ilusão da Casa (Vitor Ramil)
7. Oração (Dani Black)
8. Two Naira Fifty Kobo (Caetano Veloso)
9. Freguês da Meia Noite (Criolo)
10. Isso não vai ficar assim (Itamar Assumpção)
11. Pronomes (Beto Boing / Paulo Passos)
12. Beijos de Imã (Jerry Espíndola / Alzira E. / Arruda / Ney Matogrosso)
13. Não Consigo (Rafael Rocha / Banda Tono)
14. Fico Louco (Itamar Assumpção)
15. Samba do Blackberry (Rafael Rocha / Alberto Continentino / Banda Tono)
16. Tupi Fusão (Vitor Pirralho)
17. Todo Mundo o Tempo Todo (Dan Nakagawa)
18. Amor (João Ricardo / João Apolinário)
19. Astronauta Lírico (Vitor Ramil)
O espetáculo possui uma iluminação moderna e grandiosa, cenários cuidadosamente projetados em função do espetáculo e figurinos muito bem elaborados. Atento aos Sinais vem ganhando a crítica por onde passa por ter tudo o que faz dos shows do cantor um ‘espetáculo superlativo’.
Sou Noandro Meneses
Qualquer dúvida ou sugestão basta enviar um email para noandromeneses@gmail.com
Falar de Ney Matogrosso é falar de uma figura irreverente, que sempre nos mostra um personagem. Como pessoa, parece ser uma pessoa de hábitos simples. Obrigada Noandro por nos trazer um pouco da história desse artista. Parabéns.
Falar de Ney Matogrosso é falar de uma figura irreverente, que sempre nos mostra um personagem. Como pessoa, parece ser uma pessoa de hábitos simples. Obrigada Noandro por nos trazer um pouco da história desse artista. Parabéns!
Excelente resenha! Seu olhar sobre a música brasileira é muito sensível e enriquecedor.