Incômodo bem vindo ou prazer desnecessário?

 Por Sofia Bedê – fonoaudióloga e colunista do iMãe.

Vários estudos sobre recém-nascidos provaram que eles são muito mais espertos e sensíveis em seu relacionamento com as pessoas e o ambiente ao seu redor do que se acredita. É por esta razão que eles nascem chorando e gritando. Dizer que o pequeno ser nada sente é a maior crueldade que alguém já cometeu! O recém-nascido, antes de tudo, deverá ser recebido sempre com respeito e carinho.

recém nascido

 

É muito comum famílias inteiras se amontoarem no quarto da maternidade da nova mamãe enquanto esperam a chegada do bebezinho. Parece que não sabem ou esquecem de que em breve chegará um novo membro da família pequeno e indefeso, já carente da agradável presença da mãe. Todos querem vê-lo, pegá-lo, muitas vezes até beijá-lo (por favor, isso não!). Apesar de esse sentimento de acolhimento ser fundamental para o bebê, deve-se ter bom senso em relação a como se comportar durante uma visita na maternidade ou em casa. Enquanto isso, a mãe estará mais atenta do que nunca, ao observar, ainda na sala de parto, ao Pediatra tomar os primeiros cuidados com seu bem mais precioso.

O melhor presente para o recém-nascido são as fraldas! Muitas fraldas (descartáveis, de pano, ecológicas etc)! Certamente serão bem-vindas quaisquer outras lembrancinhas agregadas, como meias, luvinhas (muito úteis) e roupinhas. Já acomodado em casa, o recém-nascido deverá receber uma visita de cada vez. Uma ótima saída para as mães que desejam ter mais privacidade nas primeiras semanas é enviar, no último mês de gestação, um carinhoso e-mail aos amigos e familiares avisando da possível data da chegada do bebê e que “em breve estaremos recebendo visitas, pois ainda estaremos nos conhecendo e nos acomodando. Avisaremos com muito prazer”.

Pode parecer estranho para quem nunca teve filhos, mas para as mães mais reservadas e tímidas faz toda a diferença. Faz tanta diferença que pode até decidir se o bebê irá conseguir mamar no peito ou não. Conheço mães que receberam tantas visitas, e visitas inoportunas, em horários ruins (na hora das tentativas de mamadas, por exemplo), que ficaram visivelmente mais nervosas e estressadas durante as mamadas. E isso nunca deve acontecer! Paz e sossego para o bebê e sua mãe! Constitui-se num problema a visita de parentes, amigos e conhecidos logo que o bebê vai com sua mãe para casa. Um dos aspectos mais importantes do relacionamento entre mãe e filho é o que se refere ao olhar que se estabelece entre eles. Apesar de ele ter estado dentro dela toda a gestação, eles ainda não se “conhecem pessoalmente”. Precisam de tempo para se olhar e se tocar. Tudo calmamente. E não dá para fazer isso tendo visitas todos os dias a toda hora em casa, certo? Não estou dizendo para haver o isolamento da mãe e do seu filho, mas que pelo menos telefonem para saber quando podem ir visitar e qual o melhor horário. Lembrem-se de que todas as mães querem alimentar seus bebês ao peito, o que não é uma tarefa tão fácil.

As dicas de pessoas mais experientes e de quem confiamos é sempre a melhor forma de proceder. Ser mãe é não ter vergonha de ir atrás do que é melhor para o seu filho. Não tenham vergonha de dizer a uma amiga ou tia que preferem que elas venham outro dia. Façam o que for melhor para você e para seu bebê. Quem realmente se importa com vocês, irá entender perfeitamente.

Segue um lista de frases como sugestão para colocar diante dos visitantes em casa ou na maternidade (LAMARE, 2009):

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Sofia é fonoaudióloga, especialista em voz, e atende em seu escritório colaborativo MOBILE COWORKING
Mais informações: http://www.mobilecwk.com.br/home.html
Contato: (85) 9900 0042

About the Author

Carol Bedê

Jornalista. Mãe da Laís e do Vinícius. Já quis ser muita coisa...depois de terminar a faculdade de letras, uma especialização e a faculdade de comunicação social (jornalismo), de uma coisa tive certeza: o que eu quero mesmo é escrever. Já escrevi sobre muitos assuntos. Tentei até fazer poesia, mas nunca achava que conseguia. Depois de ser mãe resolvi escrever sobre ser mãe, sobre bebês, sobre crianças e sobre esse mundo. E só agora acho que consigo fazer poesia.

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