Fortaleza – O professor Sérgio Aquino (Caen-UFC) é crítico contumaz do estardalhaço que fazem todo ano com aquele relatório da ONG inglesa Oxfam sobre desigualdade global. Agora o economista Carlos Góes, pesquisador-chefe do Instituto Mercado Popular, publicou hoje um artigo na Folha de S. Paulo sobre o tema.
Sérgio alertava ainda no ano passado para o conceito adotado na medida e interpretação de riqueza líquida (patrimônio menos dívidas).
Dizia Sérgio: “Os mesmos dados e interpretação da Oxfam levam a conclusões como a de que uma única pessoa (seu Zé) sem dívida e uma conta corrente com 10 reais é mais rica do que bilhões de pessoas combinadas”. Por esta razão, sentenciava: “Não faz sentido”.
Escreve Góes: “Segundo essa metodologia, alguém que se formou em Harvard, vive numa cobertura em Nova York e ganha US$ 100 mil por ano, mas tem US$ 250 mil em dívidas estudantis, seria mais pobre que um camponês indiano que tem uma bicicleta, vive com US$ 1 por dia e não tem dívida”.
Prossegue: “Não importa se o advogado recém-formado gasta centenas de dólares tomando uísque 18 anos quando sai com os amigos. Para a Oxfam, ele é mais pobre que o camponês indiano”. Leia aqui.
A Oxfam considera que quem tem riqueza líquida negativa é pobre, o que superestimaria o tamanho deste grupo.
Todavia, adverte Góes: “o mundo está se tornando mais igual há pelo menos 40 anos. Isso tem ocorrido porque, durante o período de maior intensidade da globalização, os países mais pobres e populosos, como a China, a Índia e, em menor medida, aqueles da África e da América Latina, têm tido taxa de crescimento na renda média mais velozes do que aquelas dos países mais ricos”.