Solange: serviços delivery depois de quebrar em função da crise

Solange Almeida, 52, nunca teve berço esplêndido. O negócio dela é este: consertar punhos de rede em Fortaleza. Viúva, mãe de um filho adulto-  por ora desempregado –  ela diz consertar entre 10 e 15 redes em uma boa semana. E elas acontecem às vésperas de feriados- que não são poucos.

Não tente negociar por punho. Ela é firme: “você dorme em meia rede?”. Custa R$ 30.  Solange é uma graça. “Rede que eu conserto é garantida. Deitam dois e acordam três”. A propósito, tem um namorado de 81 anos. “Não troco por quatro de 20”.

A pequena moto que ela pilota é o charme e a alma do negócio.  Vai pegar e deixar a rede em casa. Antes, tinha um ponto fixo em um supermercado. Mas assim como os  piores punhos, “quebrou que apartou”.

Solange é cheia de histórias. Certa vez, relata: passava por funerária “chique” na rua Padre Valdevino – há duas na rua – e ao avistar o perfil dos carros resolveu entrar e fazer a carpideira. Chorou o quanto pôde o defunto que nunca vira.  Como se fosse um cliente. Choveu de fregueses vivos.  Caíram na rede. Não tem quem não caia.

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Jocélio Leal

Editor-chefe dos núcleos de Negócios e Economia do O POVO- POPVeículos/ POP Imóveis e Construção/Empregos& Carreiras/ Editoria de Economia/ Colunista de Economia e Política no O POVO/ editor-executivo do Anuário do Ceará desde 2001/ Apresenta flashes do Blog nas rádios O POVO-CBN e Nova Brasil FM/ Apresentador da TV O POVO (Canal Futura)

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