Por Luana Braga*

Fotografia de Luana Braga

 

dizem que,
quando tudo acaba,
não resta nem
vento

como se não restasse
ar

dizem que
a sensação é de se estar como que
submergindo
ou flutuando

como se
existisse algum
fluido
ou algo em volta
e, talvez,
dentro

mas que não é
nada demais

é só mesmo
tudo se acabando
e só

dizem que,
no fim de tudo,
deve tocar uma música que não
se ouve

dizem que,
no final,
é possível sentir uma dor
no estômago

e sucumbe-se
como se morresse

e morre-se
como se partisse

e parte-se
como se houvesse partida
como se tivesse morte
como se existisse música

 

***

Luana Braga

Luana é arquiteta por formação e escritora de coração. Publicou o vídeo-poema, “Carnaval em mim”, em 2018. Fez as músicas “Samba do Desengano”, em parceria com Joyce Custódio; “Dança de dentro”, com Jord Guedes; “Me recomeça”, com Guilherme Cunha e teve seu poema “Viagens Insólitas” musicado pelo músico Charles Wellington. Toda quarta-feira publica seus poemas no blog literário ‘Leituras da Bel’ do Jornal O Povo. Teve poemas seus publicados na Revista Maracajá, suplemento literário do Jornal O Povo. Mais recentemente, teve seus fotogramas poéticos, do trabalho “Nunca mais eu digo: eu te amo”, expostos na Galeria de Arte do IBEU, em Fortaleza. Por fim, é de sua autoria a galeria @insolitaviagem, no Instagram.

About the Author

Isabel Costa

Inquieta, porém calma. Isabel Costa, a Bel, é essa pessoa que consegue deixar o ar ao redor pleno de uma segurança incomum, mesmo com tudo desmoronando, mesmo que dentro dela o quebra-cabeças e as planilhas nunca estejam se encaixando no que deveria estar. É repórter de cultura, formada em Letras pela UFC e possui especialização em Literatura e Semiótica pela Uece. Formadora de Língua Portuguesa da Secretaria da Educação, Cultura, Desporto e Juventude de Cascavel, Ceará.

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