Por Luana Braga*

Fotografia de Luana Braga
dizem que,
quando tudo acaba,
não resta nem
vento
como se não restasse
ar
dizem que
a sensação é de se estar como que
submergindo
ou flutuando
como se
existisse algum
fluido
ou algo em volta
e, talvez,
dentro
mas que não é
nada demais
é só mesmo
tudo se acabando
e só
dizem que,
no fim de tudo,
deve tocar uma música que não
se ouve
dizem que,
no final,
é possível sentir uma dor
no estômago
e sucumbe-se
como se morresse
e morre-se
como se partisse
e parte-se
como se houvesse partida
como se tivesse morte
como se existisse música
***
Luana Braga
Luana é arquiteta por formação e escritora de coração. Publicou o vídeo-poema, “Carnaval em mim”, em 2018. Fez as músicas “Samba do Desengano”, em parceria com Joyce Custódio; “Dança de dentro”, com Jord Guedes; “Me recomeça”, com Guilherme Cunha e teve seu poema “Viagens Insólitas” musicado pelo músico Charles Wellington. Toda quarta-feira publica seus poemas no blog literário ‘Leituras da Bel’ do Jornal O Povo. Teve poemas seus publicados na Revista Maracajá, suplemento literário do Jornal O Povo. Mais recentemente, teve seus fotogramas poéticos, do trabalho “Nunca mais eu digo: eu te amo”, expostos na Galeria de Arte do IBEU, em Fortaleza. Por fim, é de sua autoria a galeria @insolitaviagem, no Instagram.