Por Vitória Régia
Eu amo tanto o oceano
Como ele é pintado de verde e azul
Em meus constantes sonhos com você
Sivert Høyem
Os pés despertos no frio
Ainda mudo, vagaroso
A Malemolência
Dos sentidos do mar
Está nas minhas manhãs
Cobertas de ternura
E de silêncio
Com o volume certo
Da voz e do passo
Retrato da hora em que lapida
A frequência das ondas
Quando desperta
E flutua pelo chão
A duração dos batimentos convida
A passos mais leves
O acorde lento de uma canção
Ave breve que pervaga pelo céu
Nunca soube do que eram feitas as nuvens
Mas lhe disseram
Que se dissipam
Quando tocamos
Com o peso da mão
O amor do homem insone
Dorme no amanhecer
Com sargaços na pele
Nos lençóis que escondem
A tessitura do silêncio
Não me acorde
Se acaso for
Amanhã.
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Vitória Régia
é escritora e autora de Náutico (Editora Patuá)
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