[Do jornal espanhol El País.]

As dificuldades e proibições para acessar a internet em Cuba continuam, segundo blogueiros cubanos críticos ao governo. Segundo Reinaldo Escobar, administrador de um blog de oposição, e marido da conhecida blogueira Yoani Sanchéz, uma resolução ministerial, impede que os hotéis de Havana vendam tíquetes de conexão à internet a clientes cubanos. Uma empregada do centro de negócios do hotel Meliá Cohíba confirmou que estão aplicando a ordem que “limita o serviço de internet aos clientes estrangeiros”.

Segundo Escobar, há poucos dias lhe foi negado o acesso à internet neste hotel. A pessoa que o atendeu mostrou-lhe a ordem de proibição: “Era uma resolução conjunta do Ministério de Turismo, da Informática e das Telecomunicações, tinha duas ou três folhas e dizia, em um dos pontos, que o serviço de internet era somente para estrangeiros”, assegura Escobar. O jornalista disse que o hotel Nacional, de Havana, também aplica a medida.

O uso da internet é muito limitada em Cuba. Os cubanos não podem contratar um servidor particular, a não ser que sejam autorizados pelas autoridades, que dizem priorizar o “uso social” da internet e atribuem as restrições ao embargo comercial dos Estados Unidos e a limitações econômicas. Os cubanos podem abrir conta de e-mail nos escritórios dos correios, porém não têm acesso à rede. Portanto, eles têm de recorrer aos hotéis que oferecem internet aos estrangeiros.

Na prática, a totalidade dos hotéis da capital continua a atender a clientes cubanos, quase nenhum dos empregados dizia saber nada de nenhum novo regulamento, exceto o Cohíba. Hotéis como o Meliá Habana e Typ Habana Libre, ofereciam o serviço com normalidade, ainda assim, a preços proibitivos: quatro euros [cerca de R$ 11,00] por meia hora e oito euros por uma hora. O salário mensal de cuba é de 408 pesos, menos de 15 euros.

Fontes da rede de hotéis Meliá explicaram que o Cohíba começou a aplicar um “novo contrato” com a empresa de telecomunicações Etecsa, que oferece o serviço de internet, que impõe as restrições. “O hotel não é servidor de internet, o serviço é da Etecsa [empresa cubano-italiana], e ela estabelece as suas normas”, disse a fonte. A mesma fonte disse que nem o Meliá Habana e nem o Habana Libre tinham contrato similar. O hotel Nacional estaria limitando o uso da internet a todos os hóspedes do hotel.

O dissidente Oscar Espinosa disse que na maioria dos hotéis os cubanos tinham acesso à internet, porém disse que o problema era outro “As restrições ao uso da internet são muitas, e existe a possibilidade de que o governo limite ainda mais o seu uso, com o objetivo de controlar a informação em momento de grave crise econômica”.  [Tradução de minha responsabilidade.]

Generacyon Y

No dia 10 de maio de 2009, Yoani Sánchez postou o vídeo abaixo em seu blog.

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