Meu artigo publicado hoje (19/7/2012) no O POVO.

Ilustração de Hélio Rôla (clique para ampliar)

Um cruel recorde americano
Plínio Bortolotti

O texto já tem quase um mês, publicado pelo jornal The New York Times, mas vale a pena reproduzir alguns trechos, pois escrito por Jimmy Carter, 39º presidente dos Estados Unidos, prêmio Nobel da Paz (2002).

No artigo “Um recorde inusual e cruel”, Carter diz que observadores narram que as constantes violações dos direitos humanos e o assassinato de suspeitos de terrorismo, decidido por “altos funcionários do governo”, fora do território americano, fazem com que populações civis se voltem contra os EUA, e permitem que ditaduras usem o exemplo dos Estados Unidos para justificar seu próprio comportamento despótico.

Carter afirma que o governo passou a considerar como “normais” as mortes – em muitos casos, mulheres e crianças -, ocorridas em torno dos alvos dos ataques. Os “inimigos terroristas” escolhidos para morrer são atacados por mísseis lançados de drones (aviões não tripulados).

O ex-presidente cita ações de espionagem dentro do próprio território americano, por meio da “violação sem precedentes” no direito de privacidade, legalizando-se as gravações clandestinas e a bisbilhotice nas comunicações eletrônicas. Lembra leis estaduais que autorizam a prisão de pessoas pela aparência, pelo modo como se vestem ou dependendo de com quem elas se relacionem.

Ele não se esquece de falar da prisão de Guantânamo, horroriza-se com as torturas lá cometidas, e afirma que a metade dos 169 prisioneiros poderia ser solta, pois nada foi provado contra eles, mas diz haver poucas perspectivas de libertação.

São fatos conhecidos por quem acompanha, mesmo que superficialmente, questões internacionais. No entanto, ganham nova relevância quando expressados por um ex-presidente americano, em cujo governo se priorizou os direitos humanos, tendo Carter se tornado um militante da mediação de conflitos.

PS. O texto completo, em inglês . Traduções podem ser achadas pelo Google, usando-se o título “EUA: um recorde raro e cruel”.