A Mel não fala nem escreve, mas entende tudo, principalmente quando brigam com ela (clique para ampliar)

Muito bom este livro “História Concisa da Escrita”, de Charles Higounet. Editado originalmente na França, em 1955, mantém a atualidade, mesmo nesses tempos em que a internet virou “L’ Écriture” (a escrita, título original) de cabeça para baixo (ou para cima).

Suportes

Importante observar como foram vários os suportes utilizados para se escrever ao longo da história da humanidade: pedra, ferro, bronze, argila, madeira, casca de árvores, pele de animais (pergaminho), ossos, papiro (material feito à base de cânhamo). O papel, surgido no século XI, conviveu por longo tempo – segundo o autor – com o pergaminho por este ser mais resistente e durável [lembra alguma coisa?].

Pensamento

“A escrita é mais do que um instrumento. Mesmo emudecendo a palavra, ela não apenas a guarda, ela realiza o pensamento que até então permanece em estado de latência.”

Imprensa

A invenção da imprensa (por volta de 1450), Higounet trata como “data capital” na história da escrita e considera “tocante constatar que essa nova técnica nasceu e se desenvolveu em meio de ourives e de moedeiros”. Interessante também observar que as fontes como Garamond, Bodoni e Futura, até hoje utilizadas – ou variações delas – datam de séculos.

Curiosidades?

Outras curiosidades: as abreviações, hoje tão utilizadas por quem usa as redes sociais – e condenadas por alguns críticos – eram usadas no tempo em que o papel era raro, para economizá-lo. Quando surgiram as penas de metal (séc. XIX) “seus detratores as acusavam (…) de ‘impor a uniformidade do tamanho mecânico à expressão do alfabeto'”, e de correr com “uma rapidez assustadora” sobre o papel.

Fiz um resumo do início e do fim do livro, no meio, um estudo de como se desenvolveu a escrita desde o seu surgimento. A edição atual (2003), da Parábola Editorial, pode ser encontrada na Livraria Acadêmica (shopping Aldeota).