Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o senador cearense Eduardo Girão (PODE) criticou a possibilidade de o chefe do Executivo nacional nomear o filho Eduardo Bolsonaro (PSL) – que é deputado federal – ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos (EUA).

“Está faltando bom senso. Repudio, sou contra filho de presidente da República, qualquer que seja o presidente, ser embaixador do Brasil onde quer que seja”, disse o senador na manhã desta sexta-feira, 12, na tribuna do Senado.

“Votei (em Bolsonaro) para se romper esse sistema político carcomido, apodrecido, corrupto que vinha no Brasil nos últimos anos. Votei com essa esperança e ainda acredito neste governo. Espero que isso não aconteça porque é um grande equívoco. Temos que dar passos nesse processo civilizatório nepotismo no Executivo, uma coisa que pode até ser legal, mas é imoral”, concluiu o cearense.

Senador Eduardo Girão (Foto: Divulgação)

Em casa

Na última quinta-feira, 11, o presidente tornou público a possibilidade de nomear Eduardo. Segundo Bolsonaro, a decisão depende do filho, que precisaria renunciar o mandato. “Imagina o filho do Macri (Maurício Macri, presidente da Argentina) aqui (no Brasil) como embaixador da Argentina. Teria tratamento diferenciado. Está no meu radar, sim, e, no meu entender, poderia ser uma pessoa adequada e daria conta em Washington”, declarou Bolsonaro. Ele argumentou ainda que o  possível futuro embaixador “é amigo dos filhos do Trump, fala inglês, fala espanhol, tem vivência muito grande de mundo”.

De pronto, o filho do presidente respondeu dizendo que, caso seja oficializado, o pedido será aceito por ele. “Eu aceitaria qualquer missão que o presidente Bolsonaro me der e tentarei desempenhar da melhor maneira possível”, afirmou. Nesta sexta-feira, ele voltou a comentar sobre o assunto. “É difícil falar de si próprio, né? Mas não sou um filho de deputado que está do nada vindo a ser alçado a essa condição, tem muito trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores, tenho uma vivência pelo mundo, já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos, no frio do Maine, Estado que faz divisa com o Canadá, no frio do Colorado, em uma montanha lá. Aprimorei o meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros”, disse o parlamentar.

O cargo de embaixador em Washington está vago desde junho, quando o diplomata Sérgio Amaral deixou o posto. Eduardo tem atuado como uma espécie de embaixador informal do governo. Acompanha o presidente em viagens e até substitui o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em alguns encontros. Nesta semana, ele completou 35 anos, idade mínima para ocupar o cargo.