A passagem de Antônio Barra Torres pela CPI da Covid foi cheia de surpresas. Primeiro, não se imaginava que o almirante, ao lado de quem Bolsonaro chegou a desfilar em manifestação no ano passado, fosse tão franco em suas respostas.
Torres não somente foi claro e direto, como também se posicionou contrariamente às falas negacionistas do presidente, criticando conduta reiterada que produziu aglomerações no curso da pandemia.
Sobre a cloroquina, o diretor da Anvisa disse que, “até o presente momento, no mundo todo, estudos apontam a não eficácia comprovada (da medicação)” e que “informações vão contra a possibilidade do uso na Covid 19”.
A declaração desarma a tropa de choque bolsonarista, cuja principal arma na comissão, até aqui, havia sido a insistência no emprego do medicamento, sob a alegação de que a ciência estaria dividida em relação ao assunto.
A esse respeito, Barra Torres foi explícito: “Minha posição é que tratamento não contempla essa medicação (cloroquina). Contempla, sim, a testagem e diagnóstico precoce e observação de todos os sintomas que a pessoa pode ter”.