O Linkin Park nunca foi das bandas que me prendeu a atenção, nunca fez meu tipo de som favorito. Ao mesmo tempo, é aquele tipo de banda impossível de você não acompanhar, pois sempre é destaque em todas as mídias e ainda é um dos nomes que mais se aproveita da exibição dos poucos canais de videoclipe. Em Fortaleza, por exemplo, acho que ao lado do Evanescence, talvez tenha sido a banda que mais ganhou fãs, na verdade uma legião deles, com as exibições repetitivas dos clipes na TV União.

 

Eles acabaram de lançar mais um disco. “Hunting Party” (Jun/2014), com certeza bem superior aos três últimos discos lançados, não traz nada de novo, mas traz várias boas surpresas. A banda continua misturando o rock com eletrônico e pegadas de hip hop, os refrões continuam lá divididos entre Chester Bennington e Mike Shinoda, sempre grudentos, sempre radiofônicos. A grande diferença e agradável surpresa é um disco mais pesado do que o Linkin Park vinha fazendo nos últimos e contestados lançamentos e a influência do hardcore em várias faixas. Algumas participações especiais deixaram o trabalho ainda melhor, como Page Hamilton em “All For Nothing” e Daron Malakian (System of a Down) na faixa “Rebbelion“, melhor momento do disco, daquelas de ouvir no último volume e aplicar um “repeat”. Tom Morello também está presente na dispensável passagem instrumental “Drawbar“. Que desperdício contar com um dos mais criativos guitarristas do mundo dessa forma. A última faixa “A Line in The Sand“, com elementos diferentes do normal do Linkin Park, encerra o disco de forma positiva. Vale muito prestar atenção nos trabalhos do baterista Rob Bourdon nessa faixa.

 

O Linkin Park consegue resgatar boa parte do que fez nos dois primeiros discos, quando se posicionou como uma das maiores e mais lucrativas bandas do mundo, coloca um ponto de interrogação na mente dos fãs antigos que tanto discutem o tema “O Linkin Park não é mais o mesmo” e consegue fazer um disco que passa fácil ao longo das suas 12 músicas, mas dificilmente vai conquistar aquele público que por qualquer que seja o motivo nunca foi simpático ao som do grupo. No fim de tudo, pra quem não é fã, vale ouvir com o ouvido “desarmado”. Ah… Destaque total para o lindo trabalho gráfico da capa e encarte do disco.

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