Invoco a santíssima e imaculada Mãe de Deus, ousando recordar-lhe, em perfeita humildade, mas não sem conforto, a dedicação filial de toda a minha vida e o desejo que sempre tive de fazê-la conhecida e amada, e de propagar seu culto em todos os lugares.

Santo Eugênio de Mazenod

[Sgarbossa, Mario. Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente: com uma antologia de escritos espirituais. Tradução Armando Braio Ara. – São Paulo: Paulinas, 2003, p. 289.]

No dia 21 de maio a Igreja celebra a festa de Santo Eugênio de Mazenod. Além do fato de hoje ser 21 de maio, calhou de cair essa data exatamente num sábado, dia consagrado a Maria. Como bem sabem os leitores deste blog, dediquei esse dia exclusivamente à postagem de textos sobre Nossa Senhora. Isso, posto, nada melhor do que dedicar o texto de hoje a esse que foi um dos grandes devotos de Maria; aliás, mais que isso, foi um propagador da devoção à Virgem.

Charles-Joseph-Eugène de Mazenod nasceu no dia 1º de agosto de 1782 em Aix-en-Provence, no sul da França. A família, pertencente à pequena nobreza, sofreu alguns revezes por ocasião da Revolução Francesa, em 1789, quando teve que fugir para a Itália, abrindo mão de tudo que tinha. Foi nesse país que o jovem Carlos José Eugênio de Mazenod teve contato com o sacerdote Don Bartolo Zinelli, amigo da família, o qual infundiu-lhe o sentido de uma vida piedosa, voltada para Deus. Em 1802, aos vinte anos de idade, retorna à França. Apesar da oposição de sua mãe, em 21 de dezembro de 1811 é ordenado sacerdote em Amiens. A propósito do seu trabalho missionário, do qual resultaria a fundação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, cito, abaixo, informações colhidas no site da mencionada Congregação:

“Retornando a Aix-en-Provence, ele não assumiu paróquia alguma, mas começou a exercer seu ministério ocupando-se especialmente em ajudar espiritualmente os mais pobres: os prisioneiros, os jovens, os empregados, os camponeses. Freqüentemente, Eugênio enfrentou a oposição do clero local. Porém, logo encontrou outros sacerdotes igualmente zelosos e prontos a quebrar as regras (em nome do Reino de Deus). Eugênio e seus companheiros pregavam em provençal, a linguagem corrente dos seus interlocutores, e não em francês, que era a língua das pessoas instruídas. Eles iam de aldeia em aldeia ensinando aos aldeões e passando horas e horas nos confessionários. Entre essas “missões paroquiais”, o grupo se reencontrava para uma intensa vida comunitária de oração, estudo e de vivência da fraternidade. Eles se denominavam “Os Missionários da Provença”.

“Para assegurar a continuidade da obra, Eugênio tomou uma importante decisão: foi até o Papa e pediu-lhe autorização para que seu grupo fosse reconhecido como Congregação de Direito Pontifício.  Sua fé e sua perseverança deram frutos e foi assim que, em 17 de Fevereiro de 1826, o Papa Leão XII aprovou a nova Congregação sob o nome de “Oblatos de Maria Imaculada”. Eugênio foi eleito Superior Geral e continuou a inspirar e guiar seus membros durante 35 anos, até a sua morte, ocorrida em 21 de maio de 1861, aos 79 anos de idade.”

Para concluir, deixo aos leitores um pequeno relato que nos faz ver o quanto amava Nossa Senhora. Santo Eugênio de Mazenod esteve presente à definição do dogma da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro de 1854, e, na mesma noite, escreveu aos seus religiosos: “Parecia-me que os céus se abriam e tomavam parte na exaltação da Igreja triunfante; que o purgatório se esvaziara, enviando todas as almas aos pés da Mãe. Eu misturei  minhas lágrimas às do papa… Ninguém sentia tanto gáudio quanto eu, como pai de uma numerosa família que traz em sua bandeira o nome de Maria concebida sem pecado… Imaginai como tais pensamentos me elevavam a alma e me inflamavam o coração que, como sabeis, não está envelhecido” (Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente, p. 289).

A quem desejar se informar melhor sobre os Missionários Oblatos de Maria Imaculada  e conhecer com mais detalhes a vida e obra de Santo Eugênio de Mazenod, sugiro que acessem o link: http://www.omi.org.br/.

About the Author

Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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