Com respeito aos homens, ainda que a graça lhes não seja dada segundo as suas condições naturais, todavia a divina Bondade, comprazendo-se, e para assim dizer, recreando-se na produção das graças, diversifica-as por infinitas formas, para que desta variedade se faça o formoso esmalte da sua redenção e misericórdia, como a Igreja canta na festa de cada Confessor Pontífice: Não se achou outro semelhante a ele. E como no Céu ninguém conhece o nome senão quem o recebe, porque cada um dos Bem-aventurados tem o seu nome particular, conforme o novo estado de glória que adquire; assim também na terra, cada um recebe uma graça particular, que todas são diversas.

São Francisco de Sales

[São Francisco de Sales. Tratado do amor de Deus. – Tradução sobre a edição crítica publicada pelas Religiosas da Visitação D’Annecy, revista pelo Pe. Augusto Durão Alves. 3ª. ed. – Livraria Apostolado da Imprensa: Porto, Portugal, 1958, p. 87.]

Ao encarnar, a cada um de nós foi dado um nome, cujo sentido nos é revelado ao longo da vida. Ao nome que nos foi atribuído corresponde uma graça que nos é dada pelo Criador como um tesouro, do qual devemos tanto cuidar quanto fazer frutificar. Fazer coincidir em nosso viver o nome e a graça, para que assim sejamos fieis ao dom que Deus nos confiou, é o grande desafio de cada ser humano.

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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