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36. À luz do menorá

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Vasco Arruda

Embora não haja consenso sobre a questão de sua origem, se a alquimia surgiu primeiro na China ou no Egito do período helenístico, não há dúvida de que, no mundo ocidental, sua tradição remonta a este último local e época e que o grego foi a primeira língua em que os textos alquímicos foram elaborados. Assim, é curioso que, desde seu início, a alquimia helenística estivesse imbuída da crença de que devia sua origem a uma ciência sagrada e secreta de tradição judaica, ou hebraica. Uma das formas assumidas por essa crença, mas sem nenhuma comprovação histórica, era a criação de uma pré-história bíblica e mítica para a alquimia; uma outra era a frequentemente proclamada, mas historicamente não comprovada, afirmação de que os judeus eram os únicos que estavam na posse de um verdadeiro conhecimento alquímico.
Por outro lado, existe comprovação histórica de que, em meio aos alquimistas do período helenístico, havia vários adeptos judeus, um dos quais Maria, a Judia, considerada por eles como a fundadora de sua arte. Zózimo e outros constantemente se referem a Maria como a autoridade suprema, tanto em termos da teoria quanto da prática da alquimia, e seus ensinamentos, em muitos casos na forma de concisos aforismos, são citados como se fossem pronunciamentos proféticos.
Raphael Patai
[Patai, Raphael. Os alquimistas judeus: um livro de história e fontes. Tradução Maria Clara Cescato e Diana Souza Pereira. – São Paulo: Perspectiva, 2009, p. 99. – (Perspectivas / direção J. Guinsburg)]