A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é ligada ao Unicef e muito conhecida no Brasil pelo apoio à Campanha Criança Esperança, promovida anualmente pela Rede Globo.
Por conta dos muitos boatos sobre aplicação dos recursos angariados, a TV Globo insistiu em veicular na sua programação que o dinheiro arrecadado pela Campanha é repassado integralmente para a Unesco que apoia diversos projetos sociais no país.
No Brasil, o órgão ligado às Nações Unidas, lançou a versão da Orientação Internacional Sobre Educação e Sexualidade (2010), dividido em módulos para as faixas-etárias de 5 a 8 anos; 9 a 12 anos; 12 a 15 anos e 15 a 18 anos. A cartilha é destinada a escolas, professores e educadores em saúde.
“Se quisermos ter um impacto sobre crianças e jovens antes que se tornem sexualmente ativos, a educação abrangente em sexualidade deve se tornar parte do currículo escolar formal, administrada por professores bem treinados e com apoio” diz a Orientação que sugere a educação sexual para crianças a partir dos 5 anos, como meio de combater doenças relacionadas ao sexo como a Aids e traz os termos “reprodução” ou direito sexual reprodutivo’ como uma espécie de eufemismo para aborto.
O documento passou por severas críticas até seu lançamento. No conteúdo eles abordam e dão respostas, embora que insuficientes às críticas como a que segue abaixo:
“A educação em sexualidade é contra nossa cultura ou religião”, diriam os que eles rotulam de conservadores.
Diz a resposta da Orientação: “a Orientação Técnica Internacional sublinha a necessidade da relevância cultural e de adaptações locais, engajando e criando apoio entre os guardiões da cultura numa dada comunidade. As partes envolvidas, incluindo líderes religiosos, devem participar da elaboração da futura forma da educação em sexualidade.Entretanto, o guia também enfatiza a necessidade de modificar normas sociais e práticas nocivas que não se alinham com os direitos humanos e aumentam a vulnerabilidade e o risco, especialmente para meninas e mulheres jovens”.
Observem, a UNESCO até aceita a participação de lideranças religiosas na elaboração de um programa de educação sexual, entretanto, enfatiza a necessidade de modificar normas sociais e práticas nocivas que não se alinham com os direitos humanos e aumentam a vulnerabilidade e o risco, especialmente para meninas e mulheres jovens. Se um colégio de matiz católica, por exemplo, entende que não é adequado falar sobre masturbação para uma criança de 5 anos, isso pode ser considerado uma ‘prática nociva que não se alinha aos direitos humanos’, logo precisa ser mudada. A criança precisa ser informada segundo o documento que pode tocar em suas íntimas, que isto dá prazer e não traz nenhuma consequência negativa.
Didática do permissivismo
O programa é didático e ensina o passo-a-passo como introduzir educação sexual – basicamente confundido com a prática sexual – nas escolas.
O blog fez o resumo de alguns conteúdos listados para o ensino em cada faixa-etária a começa dos cinco anos. Há ensinamentos sobre a masturbação, que é normal para crianças a partir de 5 anos; que relação sexual sem penetração é meio seguro para prevenção de gravidez e que o uso correto de preservativos é meio eficaz de combater as doenças transmitidas pelo sexo. Logo de cara é prescrito que se deve ensinar às crianças que família é qualquer conglomerado de pessoas, aquela que conhecemos e chamamos de família tradicional, formada por pai, mãe e filhos, seria apenas uma delas.
Projeto com apoio internacional
É esta a educação que você deseja para seus filhos e parentes? O programa educaional conta com apoio internacional e tem objetivos bem claros.
O site da Abril.com publicou matéria na qual representantes da família criticaram o projeto de educação sexual da Unesco. “Assim você tem uma situação onde as crianças precisam ser ensinadas antes de sua adolescência, esta não é a maneira de fazer essa educação”, disse Colin Mason em entrevista ao “The New York Times”, representante da Population Research Institute, organização que combate o aborto.
O documento fundamenta o comportamento sexual a partir do empoderamento, ou seja, o adolescente tem o direito por si, sobre seu corpo. Nem a família ou a religião podem sugerir outro comportamento à sua opção de ter uma vida sexual ativa, por exemplo.