Fotos: Rodrigo Carvalho

Fotos: Rodrigo Carvalho

Depois de meses de espera, enfim, o Maroon 5 subiu ao palco do Marina Park para apresentar sua turnê V. Puxada pelos hits do disco homônimo lançado em 2014, a apresentação aconteceu ontem e começou pontualmente às 21 horas. Duas horas antes, a noite começou com a apresentação da banda norte-americana Dashboard Confessional, liderada pelo guitarrista Chris Carrabba. Recebidos friamente, eles fizeram um set zoadento e rápido (cerca de 40 minutos), e saíram agradecidos pela oportunidade.

fotoNo entanto, para os 30 mil fãs que compareceram ao Marina, segundo a produção do evento, a expectativa era mesmo pela atração principal. “Gosto do Maroon 5 desde pequena e estou numa expectativa enorme”, falou a estudante Aline Matos, 20. Pela primeira vez num show da banda, ela e a amiga Yvanna Ribeiro, 15, chegaram a pensar que não iam conseguir ingresso. “É uma oportunidade de ouro”, definiu Aline.

Já o estudante Henrique Lages, 14, veio de Recife especialmente para ver Adam Levine e sua turma. “Comprei o ingresso em setembro, logo que soube do show. Fortaleza era o único lugar que ainda tinha ingresso pra vender”. Já a fisioterapeuta Nayara Constant, 24, veio de Maceió para ouvir o hit Sunday Morning. “É a música que vou usar no meu casamento”, revela.

Depois do Dashboard Confessional, e de uma ambientação a base de Michael Jackson, INXS e David Bowie, chegou o momento esperado. E nesse momento, com os cabelos agora descoloridos, o vocalista Adam Levine e sua banda começaram o show com Animals. O dia que começou com uma chuvinha pela manhã, já estava bem quente nesse momento e as pessoas se apertavam por um lugar melhor para fotografar e filmar cada momento da apresentação. Diante de um Marina Park absurdamente lotado, o sexteto californiano mostrou competência para fazer seu pop inocente e divertido. Tudo segue um roteiro muito bem montado. O palco, com gigantescos telões de alta definição e iluminação precisa, é um espetáculo a parte. É ali que, sem surpresas ou riscos, eles enfileiraram sucessos obrigatórios como Maps, Daylight, e This Love.

Apesar de assinar como banda, o Marron 5 se sustenta sobre a imagem do frontman Adam Levine. A todo momento é sobre ele que brilham os holofotes, restando aos companheiros de palco um papel de coadjuvante. Como se fossem músicos contratados, Jesse Carmichael (teclado), Mickey Madden (baixo), James Valentine (guitarra), Matt Flynn (bateria) e PJ Morton (teclado) mal se mexem dos seus espaços.

MAROON 5 (19)

Assim sendo, sobra palco para Levine cantar, dançar, suar e mexer com o coração das meninas que disputavam a tabefe um pedaço na grade. Como frontman, o vocalista é parte performance e parte voz. Ele é a estrela e não se furta o direito de defender esse papel. Até tomar os solos de guitarra para si ele faz. E o visual cuidadosamente mal cuidado é o grande charme. Muitas tatuagens, barba por fazer e cabelos desgrenhados na régua ajudam a arrancar suspiros das adolescentes, parte substancial da plateia. No entanto, poucas vezes a voz parece ser real. Apesar de uma falha ou outra (o que é natural e saudável numa apresentação ao vivo), a sensação de se estar ouvindo o disco é constante.

MAROON 5 (9)

No entanto, o tiro de misericórdia vem no bis. Depois de pouco mais de uma hora de apresentação, o Maroon 5 sai do palco e volta para o bis. É nesse momento que Levine tira a blusa e exibe suas incontáveis tatuagens que tomam conta de braços, barriga e costas. O volume de gritos agudos é ensurdecedor. Mais quatro músicas, Lost Stars, She Will Be Loved, Moves Like Jagger e Sugar, e a banda se despede de fato. Sem muita simpatia ou comoção por parte dos músicos, as luzes se acendem e todos partem para disputar um táxi e ir para casa.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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