Noel Gallagher e sua banda High Flying Birds lança novo disco, “Council Skies”

Por Thiago Chaves

A cada novo disco dos irmãos Gallagher uma pergunta é comum: Quando será o retorno? Bem… a depender de Noel Gallagher vai demorar… Ou talvez nem ocorra.

Recentemente Noel Gallagher nos brindou com aquele que talvez seja seu trabalho mais sólido e mais aparentado com o Oasis. Em Who Built the Moon? ele percorreu um caminho estranho até para seus ouvintes mais fiéis e parece cair de volta no rock clássico dos anos 1960, território que sempre dominou.

Mostrando-se ao grande público cada vez mais como artista sólido e maduro, principalmente em canções como Open the Door, See What You Find, quando reflete sobre um momento de calmaria após tormentas (o disco quase que inteiro foi pensado durante a pandemia), irá cativar novos e antigos ouvintes que certamente prestarão atenção em seu canto. Council Skies utiliza as cordas orquestradas de forma decisiva e cuidadosa. A faixa-título do álbum não é sobrecarregada com um arranjo emocionante, mas foi sutilmente pensada para enriquecer o que já estava presente; a bela Dead To The World é tão ambiciosa quanto Champagne Supernova.

O álbum foi gravado em dois estúdios diferentes: o Lone Star Sound Recording Studios, de Noel, em Londres, e no lendário Abbey Road Studios, onde as sessões foram registradas. A produção do álbum ficou a cargo de Noel, juntamente com seu colaborador de longa data, Paul Stacey. Paul merece reconhecimento por sua contribuição significativa na criação e aprimoramento dessas músicas, trazendo um espetáculo sem excessos ou exageros desnecessários que frequentemente ocorrem na indústria musical.

Um destaque especial do álbum é a participação de Johnny Marr, que contribuiu em três faixas. Mais um motivo para os saudosistas do brith rock se dedicarem a audição nas canções com a guitarra de Marr (Dead to the World, Open the Door, See What You Find e Council Skies).

As melodias memoráveis, arrebatadoras e evocativas pelas quais o talentoso Gallagher mais velho é conhecido continuam presentes. Os arranjos são complexos e bem elaborados, mas são as cordas, que elevam essas músicas de muito boas para um patamar superior. É evidente que o mesmo compositor de Don’t Look Back in Anger também deu vida a Easy Now neste álbum, com uma construção semelhante, enquanto a bateria vigorosa e marcante de Love is a Rich Man nos remete às faixas mais pesadas do Oasis.

Quem acompanhou Noel no divórcio do Oasis passou por alguns momentos em que questionou se estava no time correto… Sim, amigos… Sempre existiu essa divisão entre os admiradores dos irmãos daquela que foi a maior banda do rock inglês contemporâneo.

Aparentemente distanciando-se cada vez mais do som característico do Oasis, Noel revela em suas canções uma infinidade de novas possibilidades sonoras que não apenas abrangem, mas transcendem o gênero do rock. Isso é bom… A cada novo disco Noel parece provocar o irmão a fazer algo melhor e, se não temos mais o duelo Oasis vs Blur, a briga interna entre os Gallagher alimenta as especulações por um retorno em 2024… 2025… 2026…

Os que se mantiveram do lado compositor torcedor do City parecem agora confortáveis e nem tão ansiosos pelo retorno do Oasis Futebol Clube.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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