O estigma social pode ser mais difícil do que os sintomas da psoríase. É comum produzir mudanças de comportamento e até de personalidade. A falta de apoio e compreensão pode agravar a evolução da doença.

O custo dos medicamentos e o custo de dedicar horas a tratamentos sem resultados definitivos, acarreta na frustração e perda da auto-estima. Porém, uma nova atitude de enfrentamento diante da psoríase, mudanças de hábitos e maiores cuidados, aliados a tratamentos médicos e científicos, levam com certeza a um controle e melhor qualidade de vida da pessoa com psoríase.

Exercícios físicos diariamente.

Alimentação balanceada, rica em vitamina A e Omega 3.

O uso de cremes hidratantes no corpo todo, sol com moderação (e fotoprotetor no rosto), não mexer ou atritar a pele, são medidas fundamentais para saúde da derme.  

Grupos de apoio geralmente proporcionam ambiente propício para conversa, troca, informação e apoio.

PERGUNTAS FREQÜENTES:

1. A psoríase é contagiosa? 
Não, nem mesmo por transfusão sangüínea.

2. Existe cura para psoríase?
Pode-se controlar a doença, mas não existe cura. Sempre haverá tendência à recaída, o que é compreensível, devido à natureza multifatorial.

3. As fases de melhora precisam ser acompanhadas? 
Sem dúvida. A psoríase é uma doença crônica, e mesmo os pacientes que estão momentaneamente sem lesões, continuam sendo portadores. O tratamento da psoríase na maioria das vezes se divide em dois momentos: supressão das lesões (clareamento) e manutenção da remissão (manter a pele sem lesões). Para isto, é necessário o acompanhamento com seu médico dermatologista

4. A psoríase pode ser transmitida de pai para filho?   
Sim. A psoríase é uma doença determinada pela genética e desta forma pode ser transmitida através de uma linhagem familiar. Entretanto, não é tão fácil determinar a probabilidade precisa da transmissão familiar da doença. Sendo assim, existe a probabilidade dos filhos desenvolverem psoríase se os pais forem afetados, mas não se pode ter a certeza de que isto ocorrerá.

5. Quais são os fatores que melhoram a psoríase?
A radiação solar (Ultra-Violeta), clima tropical e a melhora de aspectos psico-sociais, através de relaxamento, psicoterapia, etc… , podem melhorar a doença.

6. Quais os fatores que pioram a psoríase?
Consumo de bebidas alcoólicas, stress físico ou psicológico, alteração do humor (ansiedade, depressão), hábito de fumar (para mulheres), certas medicações (beta-bloqueadores, antimaláricos, entre outros), trauma direto sobre a pele (fenômeno de Köebner) e os climas frios (diminuição da radiação UV) podem piorar a psoríase.

7. O estresse causa psoríase? 
O estresse não é a causa da psoríase. Mas naqueles pacientes que possuem psoríase, o estresse pode piorar o quadro. De fato, o estresse é um dos grandes fatores que causam piora da psoríase.

8. A mulher que tem psoríase pode engravidar? 
Sim.

9. Pode-se prevenir a psoríase?
 Não, porque as causas da doença ainda não estão totalmente esclarecidas e, na maioria dos casos, a pessoa já nasce com uma programação genética para ter ou não ter psoríase.

10. A psoríase pode vir a se tornar um câncer?
Não.      

11. Existem medicamentos que desencadeiam a psoríase? 
Sim. Beta-bloqueadores, antimaláricos, salicilatos, antiinflamatórios não-hormonais, entre outros. Os corticóides sistêmicos (via oral e intramuscular) podem desencadear rebotes e causar o agravamento da doença.

12. O sol é benéfico para todos os tipos de psoríase? 
Não. A psoríase pustulosa e aquela forma intensamente inflamatória, podem inclusive piorar com a fototerapia. É preciso diminuir a inflamação e o componente pustuloso antes de iniciar a fototerapia. De qualquer forma, a análise dos casos é feita individualmente.

13. As lesões da psoríase provocam dor? 
Não é regra, mas pode haver dor nas lesões. Principalmente na psoríase palmo-plantar com fissuras.

14. A psoríase provoca coceira? 
Pode causar, mas não é regra para todos os pacientes.

15. Porque é importante combater as infecções? 
Porque as infecções podem desencadear ou piorar as lesões (principalmente nos casos de psoríase gutata).

16. Medicações psiquiátricas podem agravar a psoríase?
Sim, o Lítio, basicamente. 

17. Qual seria o tratamento quando se trata de criança?   
Praticamente todos os tratamentos podem ser administrados às crianças, desde que bem analisados os riscos e benefícios das medicações. Em princípio, após os 12 anos trata-se o indivíduo como adulto.

18. Psoríase pode acometer os órgãos genitais?
Sim, e é bastante comum que isto aconteça.

19. Alguém pode ter artrite psoriásica sem ter psoríase na pele? 
Sim, isto é possível e pode, inclusive, ser de difícil diagnóstico.

20. É preciso fazer algum tipo de dieta? 
Não. Até o momento, não existe nenhuma comprovação científica de que o curso da psoríase seja modificado por qualquer alimento. É importante no entanto, evitar bebidas alcoólicas, que tanto podem agravar as lesões, quanto podem interagir com as medicações utilizadas, pondo em risco o tratamento.

21. A psoríase é uma doença psicossomática?
Sim, pois uma doença psicossomática é aquela em que os aspectos psicológicos podem estar envolvidos tanto no surgimento como no desenvolvimento da mesma. Por psicossomática, entende-se uma constante inter-relação entre mente e corpo, entendendo o indivíduo como um ser inteiro, no qual o que se passa na mente repercute no corpo, e da mesma forma acontece o contrário; por aspectos psicológicos, podemos referir o estresse, as perdas, as dificuldades nas relações interpessoais, dentre outros. Sabe-se que situações difíceis de administrar, podem acarretar sentimentos de ansiedade, nervosismo, tristeza, etc. Por exemplo, férias, perda de emprego, separação, mudança, entre outras situações de vida, podem ser encaradas de forma positiva por algumas pessoas e de forma negativa por outras. As repercussões físicas de situações como estas vão depender da forma como o indivíduo as enfrentar.

22. O tratamento psicológico pode interferir na melhora clínica (diminuição de lesões e sintomas) da psoríase?
Sim. Tendo em vista que o adoecimento da pele é um processo biopsicossocial, estando em constante inter-relação entre as diferentes dimensões do ser humano: física, psicológica, social; o atendimento psicológico coopera com a melhora clínica do quadro físico estabelecido (diminuição da extensão das lesões, assim como da intensidade dos sintomas), lembrando sempre a importância de um tratamento médico integrado e psicológico.

DICAS PARA UM BOM RELACIONAMENTO MÉDICO-PACIENTE

A relação médico-paciente deve ser a mais transparente possível, para que o diagnóstico e tratamento da PSORÍASE sejam satisfatórios. Para isso, ambos devem exercer seus papéis. O paciente deve perguntar, esclarecer todas as suas dúvidas, e não ter vergonha de indagar novamente o especialista se não entender algo. O mesmo deve ocorrer com o profissional da saúde. Ele deve se mostrar interessado, disposto, e usar linguagem clara no momento de explicar ao paciente os procedimentos a serem seguidos.

Tire suas dúvidas com o médico

A relação médico-paciente deve ser a melhor possível durante o tratamento. Veja como é possível.
1) Leve suas queixas para o médico de forma organizada. Só assim ele pode melhor atendê-lo.
2) Priorize o que é importante, mas não se esqueça de detalhes que para você podem ser insignificantes, mas não são para o médico.
3) Lembre ao médico as suas doenças anteriores e doenças existentes na sua família.
4) Relate seus hábitos de vida (fumo, alimentação, prática de esportes, etc).
5) Caso você precise fazer exames, pergunte a razão deles.
6) Não tenha constrangimento de expor suas dúvidas e queixas ao médico; ele vai ouvir com atenção, respeito e confidencialidade.
7) Para o tratamento ter sucesso é importante que você entenda bem e tire todas as suas dúvidas.
8) Sobre as medicações recomendadas pergunte sobre: dose, via de administração, intervalo de tomada, duração de tratamento e efeitos colaterais.
9) Se você realmente não se sentir seguro, depois de esclarecer todas as suas dúvidas com o médico, procure uma segunda opinião.
10) Não se esqueça: seu médico deve ser o seu maior aliado na obtenção da saúde.

Por isso, a relação médico-paciente deve se estabelecer por absoluta confiança.

Fonte: Saúde Brasil

Medicamentos associados com a piora da psoríase
Alguns medicamentos têm sido associados à exacerbação da psoríase, porém para algumas pessoas às vezes, logo após a ingestão e outras vezes, meses depois ao seu uso.

  1. Lítio ou carbonato de lithium é usado pra prevenção da depressão psicótica ou tratamento de doença maníaca.
  2. Betabloqueadores: drogas usadas para doenças do coração, hipertensão arterial. Propanolol, Atelonol, Metoprolol, Captopril. Não se deve interromper seu uso sem a orientação médica.
  1. Antimaláricos: a Cloroquina e Hidroxicloroquina.
  1. Interferons (IFNs): Interferon alfa, prescrito para infecções crônicas do vírus da hepatite B ou hepatite C.
  1. Antiiflamatórios não hormonais: Piroxicam Indometacina e Diclofenacoapina.
  1. Terbinafina: antifúngico prescrito para dermatomicoses no corpo e nas unhas.
  1. Olanzapina: medicamento anti-psicótico.
  1. Corticóides: Depomedrol, CelestoneSoluspan, Decadron, Diprospan, Celestone, Meticorten, Calcort, Celestamine (via oral) e pomadas.
  1. Estress psíquicos.
  1. Traumas físicos: na pele e nas unhas podem agravar uma lesão pré-existente ou fazer com que apareça uma lesão de psoríase aonde não existia.
  1. Clima: o frio está relacionado à piora da psoríase para a maioria dos portadores.
    Texto retirado do livro: A pele emocional Controlando a Psoríase – Autor Dr. Cid Yazigi Sabbag

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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