Juliana Fiorese

O talento de Juliana Fiorese é inegável. Ela nasceu na Inglaterra, mas chegou no Brasil com menos de um ano. Mora em João Pessoa desde então e é na capital paraibana que desenvolve seus trabalhos de ilustração. Juliana consolidou um nome no mercado de artes através de trabalhos delicados e traços marcantes. Em sua loja virtual são comercializados pôsteres, marcadores de página, adesivos, cadernos e postais. 

“Eu sempre começo os meus desenhos com lápis grafite e sempre faço diversas e diversas correções ao longo de todo o trabalho. A finalização do traço e os detalhes são feitos com nanquim. Por fim, faço a parte da colorização e colagens digitais, com a mesa digitalizadora”, explica Juliana em entrevista ao Leituras da Bel, por email.

Machado de Assis por Juliana Fiorese

“Eu sempre gostei muito de desenhar – como a maioria das pessoas -, na infância; e esse gosto percorreu por todas as seguintes fases da minha vida, mesmo que com uma frequência menor. Foi só em 2013 que comecei a me dedicar e a trabalhar mesmo com ilustração. Meus pais e meu marido sempre me incentivaram e me incentivam até hoje”, completa a ilustradora, que é formada em  Arquitetura e Urbanismo e em Design Gráfico.

Juliana decidiu montar a loja – um sucesso entre leitores na internet – para que mais pessoas tivessem acesso à arte. “A ideia veio daí e tem sido uma experiência incrível, única. Não há nada mais satisfatório, para mim, em todo esse caminho, do que receber o retorno dos clientes da minha lojinha, sempre tão sensíveis e carinhosos. É uma das coisas que mais me emociona em todo o processo”, aponta a ilustradora.

No portifólio de Juliana há séries de imagens desenvolvidas a partir de temas comuns. Uma das mais recentes, a série de ilustrações Escritores  tem feito sucesso entre os consumidores. “É bem recente e continua em andamento. Até o momento, eu não só ilustrei escritores que já morreram, também ilustrei, por exemplo, Lygia Fagundes Telles e J. K. Rowling”, explica. Não há um tempo estabelecido para finalizar cada obra. Por vezes, são necessários apenas dias para finalizar um personagem – mas existem casos de semanas para concluir um único desenho. A série Escritores já tem 18 imagens.

As maiores inspirações, ela explica, vem da literatura. “Histórias que conseguem me transportar para universos e situações totalmente diferentes das que eu vivo, me encantam e me transformam de tal maneira que eu sinto necessidade de colocar no papel sentimentos relacionados a tais experiências, sempre tão mágicas e incríveis. Então, Escritores vem como homenagem – e, de alguma forma, como agradecimento – aos escritores que me fizeram e – ainda me fazem – imergir em tais experiências. Não existe um processo de pesquisa para retratar tais escritores; é algo bem mais livre, de coração”, diz.

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A arte no Brasil ainda não é tão valorizada quanto em países do exterior – “o que é muito triste”. Mas, para Juliana, aos poucos, os artistas conseguem espaço. “As pessoas que conhecem o meu trabalho e que me acompanham nas redes sociais o valorizam demais e eu já sou muito grata por isso. É um trabalho de formiguinha, mas é muito gratificante quando a gente recebe o feedback das pessoas”, explica em entrevista por email.

“Na verdade, para mim, o processo de identidade artística própria ainda está acontecendo, assim, aos pouquinhos. Esse aprimoramento do meu traço pessoal é uma busca diária, pois estou sempre procurando melhorar um pouco mais tanto o meu traço quanto as técnicas de desenho e pintura. É uma busca cotidiana e fico muito contente por não ter caído na zona de conforto. Está sendo incrível; cada melhora que percebo no meu trabalho me emociona, como se fosse o primeiro desenho. É muito desafiador, mas ao mesmo tempo é muito entusiasmante e tem me deixado cada vez mais feliz quando vejo cada obra finalizada”, finaliza.

Serviço
Para conhecer mais sobre Juliana Fiorese
www.julianafiorese.iluria.com

 

About the Author

Isabel Costa

Inquieta, porém calma. Isabel Costa, a Bel, é essa pessoa que consegue deixar o ar ao redor pleno de uma segurança incomum, mesmo com tudo desmoronando, mesmo que dentro dela o quebra-cabeças e as planilhas nunca estejam se encaixando no que deveria estar. É repórter de cultura, formada em Letras pela UFC e possui especialização em Literatura e Semiótica pela Uece. Formadora de Língua Portuguesa da Secretaria da Educação, Cultura, Desporto e Juventude de Cascavel, Ceará.

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