Zilda Arns ou a ‘doutora’ como era chamada carinhosamente pelos membros das pastoral da criança morreu em missão. Após pregação proferida para 150 pessoas tirava dúvidas a um sacerdote quando o teto da igreja desabou e uma parte a atingiu. Conforme nota do sobrinho, morreu na hora e não foi soterrada. 

A idosa bem poderia ter rogado para si descanso. Mas não, quis ir até o fim testemunhando o evangelho e expandindo a pastoral que é um dom de vida para tantos à beira da morte. Escolheu o Haiti, não à toa. Era conhecedora da situação calamitosa da população mais pobre das Américas e põs-se em missão de paz e solidariedade.

Zilda conhecia de perto a miséria humana e diferente de muitos que se dizem a favor da vida defendia a proteção ao ser humano integralmente, desde a concepção até o seu declínio natural. Mesmo indicada ao Nobel, talvez a exemplar mulher nunca o receberia, sabe por que? Simplesmente por um motivo:Zilda era a favor da vida plena, contra o aborto.

O presidente brasileiro que ficou consternado com a morte da doutora bem poderia tê-la como modelo inconteste na verdadeira defesa da vida. O plano de direitos humanos de Lula inclui a descriminalização do aborto e acha isso muito normal. Uma renca de Ongs e movimentos vendem-se ao argumento barato de aborto como caso de saúde pública. Coisa que Zilda nunca fez, pois sabia do mais importante, além de alimentar o corpo era preciso nutir a alma.

A vida do cristão é  parecida com o ensinamento sobre a alimentação ensinada por Zilda e seu exército de voluntários. Tudo é aproveitado, nada se perde, tudo pode ser transformado. Mesmo a morte se torna um alimento de vida e espero que a de Zilda alimente a população imensa de sub nutridos espiritualmente de nosso país que entre outras aberrações defendem o aborto.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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