Por Teresa Fernandes

Com exemplos bíblicos, utilizando metáforas e sua experiência de vida, a cofundadora da Comunidade Católica Shalom, Emmir Nogueira, convidou a todos os participantes do retiro de carnaval Renascer a fazerem uma experiência nova de dizer não à vida velha e dizer sim a Deus.

“Deixar para trás as coisas velhas, percorrendo o caminho que é Jesus para as coisas novas, dizendo sim a Deus”, ensinou Emmir Nogueira. Ela pregou no final da primeira manhã de Renascer com o tema “Faz em mim tua Obra Nova” para o auditório lotado do Ginásio Paulo Sarasate. Foi a primeira pregação do Renascer 2012. O tema geral do evento é “Eis que vou fazer Obra Nova” Is 43,14.

Durante sua fala, Emmir relembrou sua experiência com Deus, em 1976, durante seu primeiro Seminário de Vida no Espírito Santo. Aquele ano, segundo ela, foi um momento de transformação em sua vida. “Eis que eu faço obra nova é a tradução que eu escolhi, Deus me deu no meu seminário de vida no espírito santo, em 1976. Eu faço agora, hoje, nesse momento obra nova”, ressaltou.

A palestrante destacou que só o poder de Deus pode transformar verdadeiramente a vida. Por isso, segundo ela, é “preciso olhar para o velho e dizer sim ao novo, dizer sim a Deus. Não fique mais olhando para o seu egoísmo, isso é velho. Você precisa andar para o novo e precisar dizer sim à graça de Deus”, ressaltou.

O dizer sim a Deus é uma atitude suave, simples. Não há nada de sobrenatural. “A obra nova é dizer sim a Deus. A obra nova é se abandonar nas mãos de Deus, é dizer sim como Maria, com Maria e em Maria”.

Como exemplo de abandono nas mãos de Deus, de conversão e da misericórdia de Deus, Emmir citou a história do jovem francês Jacques Fesch, que foi condenado à morte por ter assassinado um policial. Ele entendeu, segundo Emmir, que precisava de um novo coração. “Eu sei que só vou deixar as coisas velhas quando eu tiver um coração novo. Vamos pedir juntos: dai-me, Senhor, um novo coração nesse Renascer”. E antes de morrer, o jovem, que deve está em processo para ser beatificado pelo Vaticano, disse a célebre frase que marcou para o mundo seu processo de conversão: “Daqui a cinco minutos, eu verei a Deus”.

Emmir Nogueira também falou sobre os desertos na vida do cristão, que são os momentos em que ele não sabe como se orientar, não sabe para onde ir. “Mas Deus diz: eu vou abrir um caminho, uma via. É isso que essa palavra quer fazer com você hoje, encontrar o caminho. Assim também é o deserto do nosso coração. Também temos miragens, caminhos que nos enganam. Mas só tem um caminho, só existe uma verdade, uma pessoa que é vida, que é Jesus Cristo. Ele não desaparece, não é uma miragem. Ele nao vai desistir de você”, completou.

Atenta às palavras de Emmir e entre lágrimas, a economista Rita Gonçalves, 47, contou que a palestra ressaltou exatamente o momento que ela estava vivendo. Há apenas quatro meses, seu marido faleceu e a saudade, segundo ela, ainda é muito grande. “Era exatamente como eu estava me sentindo. Na solidão, no deserto. Mas eu sei que a cada momento Deus está comigo”, completou.

Saiba Mais: Vida de Jacques Fesch

O jovem francês Jacques Fesch foi condenado à morte em 1957 por assassinar um policial e ferir outra pessoa durante um roubo. Sua conversão radical aconteceu na prisão, nos meses que antecederam sua morte, aos 27 anos. A Igreja Católica, entendendo que sua conversão foi de ordem espiritual, colocou sua causa em processo de beatificação.

Jacques nasceu em 6 de abril de 1930, em Saint-Germain-en-Laye. Era filho de um rico banqueiro de origem belga. Foi educado na religião católica, mas abandonou a fé aos 17 anos. Aos 21, casou-se no civil com a noiva já grávida. Seu sogro conseguiu um trabalho no banco. No entanto, abandonou a esposa e a filha e teve um filho com outra mulher.

O crime cometido por Jacques aconteceu em 24 de fevereiro de 1954, quando tentou roubar o cambista Alexandre Sylberstein. Durante a fuga, Fesch disparou contra um oficial de polícia que o perseguia, Jean Vergne, causando sua morte. Minutos mais tarde foi detido. Assassinar um oficial de polícia era um crime atroz. A Corte de Paris condenou-o à morte em 6 de abril de 1957.

Logo após sua prisão, Jacques era indiferente à sua situação e ridicularizava a fé católica de seu advogado. No entanto, após um ano, o jovem assassino experimentou uma profunda conversão e arrependeu-se profundamente de seu crime. Ele aceitou sua pena e reconciliou-se com a esposa uma noite antes da execução.

A última coisa que escreveu em seu diário foi: “Em cinco horas, verei a Jesus”. Foi guilhotinado em 1º de outubro de 1957.

Após a morte, sua esposa e filha honraram sua memória como exemplo de redenção. O caso de Jacques foi alvo de controvérsia entre os que pensavam que seus crimes o tornavam indigno como modelo a ser seguido e entre os que ressaltavam a esperança de sua conversão final.  (com informações do site Comunidade Canção Nova)

About the Author

Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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