No Brasil, não precisa ser um profeta para saber o que virá de pior. No caso de Valesca Popuzuda, uma funkeira que tem músicas de letras chulas, sobretudo, com as mulheres, foi promovida em poucos dias às categorias de “a nova feminista do Brasil” e “grande pensadora”.

Charge do cartunista Clayton publicada no Jornal O Povo dia 10 de abril.

Charge do cartunista Clayton publicada no Jornal O Povo dia 10 de abril.

No site novaguia.org a previsão estava lá, já no título “Popozuda a nova ‘cara’ do feminismo no Brasil”. O texto apresentava um pouco de Valesca: “Ela não fala bem o português, nos shows veste roupas minúsculas, faz coreografias simulando o ato sexual e tem  letras do tipo “Meu nome é Valeska E o apelido é ‘quero dá’”, “novinha mama eu”.

O título da reportagem – que seria capa na Revista Época desta semana – é “A revolta da funkeira: ‘ser vadia é ser livre’ afirma a nova feminista do Brasil. A entrevista ainda traz os números errados divulgados pelo IPEA onde afirma  que 65% dos brasileiros é favorável ao estupro de mulheres que se vestem com roupas curtas.

 

Fã cumprimenta a nova feminista do Brasil.

Fã cumprimenta a nova feminista do Brasil.

As feministas do naipe da marquesa de Châtelet, Olympe de Gouges , Mary Wollstonecraft e Simone de Beauvoir devem estar revirando-se  no túmulo com os conceitos de Valesca que em sua militância são discursos, premissas elaboradas. Nada! Apenas o corpo como objeto.

Feminismo para a cantora é “mostrar que as mulheres são potentes que, quando queremos alguma coisa, corremos atrás de nossos objetivos e nunca abaixamos a cabeça para ninguém”. Declaração digna de estampar  previsões de horóscopo de tão pobre de conteúdo. 

Valesca se sai com declarações do tipo: “ser vadia é ser livre”;  “a prostituta é uma guerreira”, “aborto: não sou a favor nem contra”, “Fui chamada de piranha porque beijei cinco entendeu? O que é que tem?Eu beijei. Tive vontade. Deu vontade de fazer,faça! Não se arrependa“.

O que ainda me chamou atenção no texto da entrevista é que não há um único erro de português. Das duas uma, seria cansativo para o leitor ler tantos “sic”, daí a edição fez a correção ou as respostas partiram da assessoria o que parece mais próximo da realidade.

Mas Valesca está em alta. Um professor em Brasília elevou a funkeira ao título de “grande pensadora”. A repercussão foi nacional e o docente chama de “preconceituoso” quem discorda do título. A bem da verdade não deveríamos nos espantar com a outorga, há um analfabeto em nosso país que já recebeu mais de 8 títulos honoris causa.

"ser vadia é ser livre". Valesca Popozuda.

“ser vadia é ser livre”. Valesca Popozuda.

Valesca já pode acrescentar em seu currículo: feminista e filósofa, além claro de funkeira e  compositora. O Brasil está ou não em crise? O feminismo  desandou de vez ou não?

Para terminar quero deixar alguns links para as letras das músicas de Valesca. Algumas podemos classificar como nojentas. Também deixo o vídeo  da funkeira que nos shows se comporta como vadia. Caro, leitor. Pela lógica do novo feminismo, este adjetivo não é pejorativo, mas um elogio. Estendo-o a todas as mulheres que concordam com Valesca. 

Letras:

http://musica.com.br/artistas/valesca-popozuda.html

Vídeo: 

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=uOE7ypzG_-A[/youtube] [youtube]https://www.youtube.com/watch?v=s0YrWQNM2v8[/youtube]

Texto atualizado dia 11 de abril.

 

About the Author

Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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