A vigésima quarta fase da Operação Lava Jato denominada de Aletheia (Verdade) colocou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como principal investigado. Depois do depoimento de Lula colhido no dia 4 de março, militantes do partido dos trabalhadores buscam desfazer do Juiz Sergio Moro que coordena uma força-tarefa contra a corrupção apoiada pela maioria esmagadora da população brasileira.

Boff e Betto saem em defesa de Lula.

Uma ala formada por religiosos que ajudaram a criar o PT e a propagar o discurso populista de Lula não tardou em se manifestar a favor do ex-presidente. O teórico  da Libertação Leonardo Boff, conhecido atualmente como “teólogo de corte”, chamou o juiz Sergio Moro de “mafioso” em sua conta no Twitter. “O juiz Sergio Moro estudou tanto a máfia italiana que ele mesmo virou um mafioso da jurisprudência discricionária e parcial. Visa o fim do PT”. Não há uma linha sequer do religioso denunciando a corrupção do partido ou a opressão gerada pela nova elite do país.

Tweet de Boff.

No mesmo passo Frei Betto, um dos fundadores do PT em entrevista ao El Pais também se posicionou indefectivelmente a favor de Lula, Dilma e o partido que ajudou a gestar. O Dominicano discordou da ação de Moro ao impor o depoimento de Lula. “O Ministério Público e a Polícia Federal poderiam ter interrogado Lula em sua casa, não havia necessidade daquela pirotecnia de carro de polícia, homens armados etc.O juiz Sérgio Moro tem o dever de respeitar os ex-presidentes da República, inclusive Lula”, disse o Frei.

Betto parece desconhecer as explicações que a Polícia Federal deu para que o depoimento de Lula fosse colhido naquele dia e horário. Indagado se  “acha que a base do PT ainda está disposta a defender Lula”, Frei Betto não titubeou ao dizer que sim,e, segundo ele  esse apoio vem em parte das pastorais da Igreja Católica. “Sim, a base do PT é integrada pelo movimento sindical, movimentos populares, setores das pastorais populares da Igreja Católica e amplo contingente de eleitores”. 

Frei Betto ainda professou sua fé  na inocência de Lula, no seu retorno em 2018 – “se não morrer antes”. “Não tenho nenhuma razão para duvidar da integridade de Lula. Ele seria muito burro se, com uma trajetória de vida tão exposta, tentasse esconder algo indevido […] Lula só não será candidato a presidente em 2018 se morrer antes ou se Dilma concluir seu Governo com menos de 10% de aprovação”.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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