Por, Denise Landim. Missionária da Comunidade Shalom.

Bombeiros e voluntários fazem homenagem às vitimas.

Parece que o mundo todo desabou. Tudo saiu do lugar, inclusive o chão. De um estrondo assombroso a um silêncio dilacerante. Escombros que calaram tantas vozes, destroços que quebraram corações. A poeira como um mar que avançou forte, espalhando indignação.

E em meio ao caos, muita dor e lágrima. Mas também, muita força, esperança e fé. Incansáveis anônimos que ganharam músculos de solidariedade, para suportarem juntos uma tragédia que se tornou nossa. E o desespero encontrou um pouco de consolo, na multiplicação das orações, na corrente inquebrantável de apoio, na redescoberta da bondade, gratuita e fervorosa do coração do homem. O limite físico foi ultrapassado, sono e cansaço foram vencidos, a luta mais corajosa pela vida, reavivada de uma maneira dolorosamente improvável.

Em meio ao caos, o alento de que ainda somos gente, pelo menos a grande parte de nós. Mesmo na correria de uma cidade tão violenta, mesmo com tantas perguntas ainda sem respostas e mesmo com tantas revoltas…cada voluntário disse com sua vida: ainda há esperança. Continuemos.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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