O Conselho Nacional Sueco de Saúde e Bem-Estar (NBHW) publicou na semana novas diretrizes de tratamento para jovens com disforia de gênero, que instruem explicitamente os médicos que o apoio psicossocial, sem a prescrição de medicamentos, deve ser a primeira linha de tratamento. A regra segue uma mudança de postura da Suécia iniciada em 2021, que eliminou o uso de bloqueadores de puberdade e hormônios do sexo oposto para tratar jovens com possível disforia de gênero.

“O apoio psicossocial que ajude o jovem a conviver com o desenvolvimento do corpo na puberdade sem medicação precisa ser a primeira opção na escolha de medidas de cuidado”, prevê uma das diretrizes do NBHW.

Nas diretrizes, o NBHW disse considerar “que os riscos do tratamento de supressão da puberdade com análogos de GnRH [hormônio bloqueador de puberdade] e tratamento hormonal de afirmação de gênero atualmente superam os possíveis benefícios e que os tratamentos devem ser oferecidos apenas em casos excepcionais”.

“O NBHW ainda considera que a disforia de gênero, e não a identidade de gênero, deve determinar o acesso aos cuidados e tratamento”, considerou a organização sem fins lucrativos Society for Evidence-based Gender Medicine (SEGM, Sociedade para a Medicina de Gênero Baseada em Evidências, em tradução livre).

A atualização é muda significativamente a forma de conduta dos órgãos suecos de saúde adotada até 2015, baseada principalmente nas diretrizes da Associação Profissional Mundial de Saúde Transgênero (WPATH). Desde então, o WPATH foi denunciado internacionalmente por profissionais médicos e de saúde mental por sua “adesão a pontos de vista ideológicos não suportados por evidências, exclusão de preocupações éticas e descaracterização da ciência básica”, segundo a SEGM.

Três razões principais listadas para a mudança de postura foram a falta de evidências científicas confiáveis, aumento dos casos de destransição, quando a pessoa quer voltar ao sexo de nascimento, e um aumento acentuado e não explicado de casos de disforia de gênero juvenil, especialmente em adolescentes sem histórico anterior de angústia de gênero.

A Suécia, juntamente com as autoridades de saúde da Finlândia e do Reino Unido, faz parte de um crescente consenso internacional de que menores com disforia de gênero devem ser tratados primeiro com psicoterapia, não com intervenções médicas.

About the Author

Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

View All Articles