O filósofo político e historiador Norberto Bobbio disse que a linguagem política é notoriamente ambígua, a maior parte dos termos usados nesse campo possuindo significados diversos. Essa variedade depende tanto do fato de muitas palavras terem passado por uma longa série de mutações históricas, como também de não existir, até hoje, uma ciência política tão rigorosa, que tenha conseguido determinar e impor, de modo unívoco e universalmente aceito, o significado dos termos habitualmente mais utilizados.
Além disso, as palavras que adquiriram um significado técnico através da elaboração daqueles que usam a linguagem política para fins teóricos estão entrando continuamente na linguagem da luta política do dia a dia, que, por sua vez, é combatida, não esqueçamos, em grande parte com a arma da palavra, e sofrem variações e transposições de sentido, intencionais e não intencionais, muitas vezes relevantes. Assim, nenhum termo da linguagem política é ideologicamente neutro. Cada um deles pode ser usado como base da orientação política do usuário para gerar reações emocionais; para obter aprovação ou desaprovação de um certo comportamento; e para provocar, enfim, consenso ou dissenso. Direita e esquerda, portanto, seriam epítomes disso.
Mas, afinal, esses dois conceitos tiveram seu sentido esvaziado, ou resistiram ao tempo e ao tão alardeado “Fim da História”? E se continuam válidos, então quais as ideologias e políticas que distinguem esses dois alinhamentos?
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