O analista junguiano Heráclito Pinheiro diz que somos, a todo momento, movidos por nossos afetos, aguilhoados por eles. Somos mais suas vítimas do que seus senhores, mas mesmo assim eles permanecem sendo um mistério para a maioria dos mortais. Não foi em vão que os gregos personificaram diversos de nossos comportamentos instintivos como deuses: Eros, o amor; Afrodite, a sexualidade; Ares, a agressão; e assim por diante, pois, não raro, ao sermos atingidos por essas emoções, nos sentimos nas mãos de deuses caprichosos que em muito nos superam em poder e estatura”.

Já para a psicanalista Diana Corso, o ciúme não tem nada a ver com atos nem fatos. Ele faz parte do amor, sendo fruto das nossas inseguranças mais triviais. “Num ataque de ciúme, ficamos obcecados, privados do controle, porque quem dirige a cena é o desespero. A vida perde completamente o sentido, só nos interessa saber se aquilo aconteceu, com quem, quantas vezes, onde. Quanto mais nos aproximamos da mórbida descrição da cena trágica, mais nos movemos em sua direção. O amor que nos é dedicado faz parte das nossas posses e cuidamos dele como da própria pele!”, escreve Diana.

Neste episódio, Pati Rabelo e Heráclito Pinheiro conversam sobre esse afeto que, no dizer da psicanalista lacaniana Fernanda Costa Rios, “guarda em si o medo da perda e atualiza angústias arcaicas que fizeram parte da constituição do psiquismo de todo indivíduo”.

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Apresentação: Pati Rabelo e Heráclito Pinheiro

Roteiro: Pati Rabelo

Consultoria: Heráclito Pinheiro

Áudio e Edição: Mariana Vieira

Arte da Vitrine: Pati Rabelo

Curadoria de Instagram e Blog: Pati Rabelo

Comercial: Heráclito Pinheiro

Coordenação de Produção: Chico Marinho

Estratégia Digital: João Victor Dummar