Dois dos gêneros com a maior oferta na Netflix e com a pior média de qualidade no serviço de streaming pago, ação e aventura são difíceis de acertar. Para ajudar, selecionamos oito obras que são, de fato, boas e que têm características de ação – ainda que algumas puxem mais para a ficção científica ou suspense.

Chris Pine protagoniza a adaptação de "Expresso do Amanhã"

Chris Pine protagoniza a adaptação de “Expresso do Amanhã”

1- Expresso do Amanhã (EUA/KOR/TCH/FRA, 2013), de Joon-Ho Boong. Uma das raras obras que superam (em muito) o material original. Baseado na graphic novel francesa de Lob, Rochette e Legrand, “Expresso do Amanhã” adquire uma proposta ainda mais gráfica para sua proposta niilista. É um filme pós-apocalíptico de redenção, em que os personagens mostram dualidades impressionantes. O mérito é fazer com que alguém soe monstruoso, mas se mantenha heroico (e vice-versa). O filme trata de um trem autossustentável que corta a neve enquanto espera que o clima gélido no planeta aplaque. Destaque para a cena das luzes apagadas. Cotação: nota 8/8.

Denzel Washington e Willem Defoe em "O Plano Perfeito"

Denzel Washington e Willem Defoe em “O Plano Perfeito”

2- O Plano Perfeito (EUA, 2006), de Spike Lee. Para além do ótimo elenco (Denzel Washington, Clive Owen, Jodie Foster) e da tensão crescente presente em todo filme de sequestro, “O Plano Perfeito” é um filme com uma razão social para existir. Aliar uma trama de assalto com a proposta de quebra do status quo é o que tira o longa da mesmice e a transforma numa obra memorável. Cotação: nota 6/8.

Um misto de Gordon-Levitt e Bruce Willis em "Looper"

Um misto de Gordon-Levitt e Bruce Willis em “Looper”

3- Looper – Assassinos do Futuro (EUA, 2012), de Rian Johnson. Uma das propostas mais comuns e perigosas da ficção científica é a da viagem no tempo. “Looper” consegue se impor ao trabalhar personalidades questionáveis em uma trama recheada de detalhes. O roteiro segue Joe (Joseph Gordon-Levitt), um assassino que viaja ao passado para completar trabalhos da máfia. Só que, para não deixar vestígios, seus empregadores o contratam para fechar esse looping. Cotação: nota 5/8.

"Matrix no seu quadrado, Matrix no seu quadrado"

“Matrix no seu quadrado, Matrix no seu quadrado”

4- Matrix (EUA, 1999), das irmãs Wachowski. Passados 17 anos, Matrix não envelheceu um dia. Efeitos especiais espetaculares, sequências de ação ótimas, diálogos filosóficos e um enredo de ficção científica equilibrado. O problema do filme são suas sequências (em especial “Matrix: Revolutions”). A trama acompanha um hacker brilhante que descobre que o mundo não é bem aquilo que todos achavam ser. Cotação: nota 8/8.

Takeru Satô dá vida a Kenshin Himura, o dito "Samurai X"

Takeru Satô dá vida a Kenshin Himura, o dito “Samurai X”

5- Samurai X 1: O Filme (JAP, 2012), de Keichi Ohtomo. Adaptação do mangá “Rurouni Kenshin” (conhecido no Brasil como Samurai X), de Nobuhiro Watsuki, o filme adapta com perfeição a história do ex-assassino que se transforma em andarilho pacifista. O humor meio cartunesco e físico distoa em alguns momentos, mas as sequências de ação e o ápice dramático mantém a força do mangá/anime. É a primeira parte de uma trilogia. Cotação: nota 6/8.

Viggo Mortensen, um gângster russo Nikolai em "Senhores do Crime"

Viggo Mortensen, um gângster russo Nikolai em “Senhores do Crime”

6- Senhores do Crime (EUA/UK/CAN, 2007), de David Cronenberg. Paralelo entre filme de investigação e de vingança, “Senhores do Crime” aborda uma trama da máfia russa, seus líderes e seus lacaios. O par Viggo Mortensen e Naomi Watts mostra uma química tão imbricada quanto o roteiro. Destaque para a cena da sauna. Cotação: nota 6/8.

Jessica Chastain dá show em "A Hora Mais Escura"

Jessica Chastain dá show em “A Hora Mais Escura”

7- A Hora Mais Escura (EUA, 2012), de Kathryn Bigelow. Adaptação política da “caçada a Osama Bin Laden”. Apesar do discurso alinhado ao Partido Democrata destoar na segunda metade do longa, a crítica à política da tortura e a personagem obcecada por seu trabalho são magistrais. O ápice, com a caçada propriamente dita, é profundamente significativo. Os reflexos das ações em Jessica Chastain transparecem na tela. Cotação: nota 7/8.

Foi em "Drive" que Ryan Gosling provou ser mais que um lindo rosto

Foi em “Drive” que Ryan Gosling provou ser mais que um lindo rosto

8- Drive (EUA, 2011), de Nicolas Winding Refn. Depois de bater em Winding Refn, assopremos ao lembrar sua grande obra. “Drive” já demonstra a qualidade estética do diretor, com planos fortes e coloridos e sequências extremamente bem dirigidas. A diferença é que nessa história de redençâo, os personagens parecem ter motivações, parecem ser humanos. A trama fala de um dublê e piloto de fugas que vê sua vida mudada após ajudar sua vizinha. Cotação: nota 7/8.

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André Bloc

Redator de Primeira Página do O POVO, repórter do Vida&Arte por seis anos, membro da Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine).

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