Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig. Nascido nas páginas de romances e novelas de Ian Fleming, James Bond, o agente secreto mais famoso do mundo, já ganhou 24 adaptações oficiais, duas não-canônicas e um sem-número de paródias. E ninguém, em toda a história, vestiu o terno bem cortado, carregou a pistola Walther PPK e conquistou mais corações do que Sir Roger George Moore.

Nesta terça-feira, aos 89 anos, o ator inglês faleceu, vítima de câncer. A marca de um 007 mais leve, descontraído, menos mulherengo e mais louro, no entanto, ficam na história. Roger Moore interpretou Bond entre 1973 e 1985, num total de sete filmes. Entre eles, aquele que este redator considera a melhor e aquele que considero o pior entre todos os 24 longas considerados canônicos.

Para honrar tal legado, segue uma lista  em homenagem ao charme, beleza e talento do eterno cavalheiro.

Jaws, bond-girl mais amoroso em “007 – O Espião Que Me Amava”

007 – O Espião Que Me Amava (1977) – Após três filmes, Roger Moore estava confortável. Um Bond com assinatura. Pouca violência, mais humor, mais mente do que corpo. Partindo de um bem construído triângulo amoroso, em meio a uma trama clássica de submarino nuclear, a obra definiu para sempre o futuro da franquia. E eternizou o vilão Jaws (Richard Kiel)

“007 – Somente Para Seus Olhos”

007 – Somente Para Seus Olhos (1981) – O início é risível, surge como piada sobre as rusgas jurídicas da franquia sobre os direitos de uso do arqui-inimigo de Bond, Ernst Stavro Blofeld. Mas a vibe track-and-field do longa é gostosa. Tem mar, montanha, praia, perseguições em meio a uma trama com mais suspense que a maioria.

Christopher Lee e Roger Moore no Bond mais faroeste

007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro (1974) – O clássico duelo entre o Bond de Roger Moore e o temível Francisco Scaramanga de Christopher Lee é das cenas mais icônicas da história. Para além disso, a obra é divertida e soa uma prequel de “Ilha da Fantasia” (1977 – 1983). E a arma ainda virou uma marca no game “Goldeneye 007” (N64).

“Com 007 Viva e Deixe Morrer”: charme ligeiramente racista

Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973) – Outro filme em que os problemas jurídicos atrapalharam o andamento. O Baron Samedi de Geoffrey Holder faz um bom vilão, mas o novo 007 ainda não tinha identidade. O cenário tropical traz alguma novidade, ainda que a trama soe meio… racista. A boa colocação se deve 98% à música tema: a inesquecível “Live and Let Die”, de Paul McCartney.

Christopher Walken, Grace Jones e um desastre: “007 – Na Mira de Assassinos”

007 – Na Mira dos Assassinos (1985) – Roger Moore, Christopher Walken e Grace Jones. Tinha como dar errado? Tinha. A supermodelo até ajuda a imprimir certa fisicalidade e carisma ao filme, mas a trama é toda meio fria e robótica. É uma mistura estranha de corrida de cavalos com tecnologia do Vale do Silício que acaba perdendo a graça fácil.

Preferia a confraria lésbica do que o grupo feminino de “007 Contra Octopussy”

007 Contra Octopussy (1983) – O fato de ser uma das obras mais famosas de James Bond não aumenta a qualidade do longa. Claro, a Octopusy de Maud Adams é marcante e a obra chama a atenção por trazer uma mulher como antagonista principal. Mas parece que o charme de Bond dobra qualquer moça, mesmo quando se trata de um gênio do mal. E a sub-trama homossexual do livro podia ser domada, em vez de totalmente apagada.

Jaws: do amor ao ódio. “007 Contra o Foguete da Morte”

007 Contra o Foguete da Morte (1979) – Parece perseguição. Claro que o Bond do Brasil tinha de ficar em último. Mas, sério, não dá. É muito, muito ruim. Jaws vai de ótimo sub-vilão na obra anterior para um brutamontes apaixonado e todos partem em uma viagem espacial, uma lua de mel entre o clichê e o insuportável. É tão ruim que talvez seja até dos mais divertidos.

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About the Author

André Bloc

Redator de Primeira Página do O POVO, repórter do Vida&Arte por seis anos, membro da Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine).

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