Não tinha como ser melhor. Três brasileiros no card principal. Três nocautes. Tudo isso em casa. A edição 134 do Ultimate Fighting Championship (UFC), no Rio de Janeiro, foi espetacular. As performances de Rodrigo Minotauro, Maurício Shogun Rua e Anderson Silva fizeram a noite ainda mais especial para os brasileiros que acompanharam o evento no Brasil. Logo, logo, a Lucinthya Gomes (que está no Rio) trará tudo sobre os bastidores do evento. Enquanto isso, vamos aos comentários sobre as lutas principais!

Minotauro abriu o card principal contra o norte-americano Brendan Schaub. Após duas cirurgias (uma no quadril e outra no joelho) e quatro meses andando com a ajuda de muletas, o brasileiro provou porque é considerado uma das lendas do MMA. Mesmo com Schaub conseguindo alguns bons golpes, Minotauro aproveitou uma boa sequência no fim do primeiro round e definiu a luta.

“Eu tive apenas três meses e meio para me preparar para esta luta. Passei quatro meses e meio de muleta, mas aceitei para poder lutar aqui. Eu fiz isso por vocês”, afirmou o baiano, se dirigindo ao público. Com a vitória, Minotauro agora tem um cartel de 33 triunfos, seis reveses e um empate.

Ex-campeão dos meio-pesados, Shogun também teve uma grande noite em sua revanche contra Forrest Griffin. Logo no primeiro round, o brasileiro deu dois socos cruzados que derrubaram o adversário. Depois foi só finalizar com uma sequência de marteladas e correr para comemorar. A vitória recoloca o brasileiro na disputa pelo cinturão, que agora pertence ao norte-americano Jon Jones.

O primeiro encontro entre Shogun e Griffin aconteceu na estreia do brasileiro no UFC, em 2007. Griffin foi o vencedor. “Obrigado Brasil, eu faço aqui só para o meu país. Treinei muito duro durante três meses, três vezes por dia para fazer essa grande luta”, disse o lutador curitibano.

Para fechar a noite (se me permitem o nariz de cera) com chave de ouro, Anderson Silva venceu o japonês Yushin Okami e manteve seu cinturão dos pesos médios pela nona vez. O Spider aproveitou o primeiro round para estudar o adversário, que chegou a chamar o brasileiro para o chão ao cair após um soco de Anderson. No segundo giro, o brasileiro mandou no combate.

Como sempre, baixou a guarda e provocou o adversário. Até que encaixou um direto por duas vezes e, na segunda, com o oponente no chão, foi para cima e fechou no ground-and-pound. Anderson e Okami tinham um histórico polêmico. O japonês tem no seu cartel a última derrota do brasileiro. Em 2006, no Havaí, o duelo entre eles terminou com a desqualificação do brasileiro por causa de um chute ilegal.

Foi a nona defesa de título consecutiva do brasileiro e sua 14ª vitória, sem nunca ter perdido no UFC. “Foi muito difícil, eu treinei muito duro para chegar até aqui. Não tem como não ficar feliz com mais essa vitória. Vou imortalizar uma frase do Capitão Nascimento: ‘nunca serão, jamais serão’”.

Após uma noite tão eletrizante, só resta esperar o próximo UFC no Brasil. Quem sabe possa vir mais cedo do que nós imaginamos…

* Fotos Felipe Dana/AP e Antonio Lacerda/EFE

About the Author

Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

View All Articles