Wanessa divulgou seu novo trabalho, após o álbum em inglês house Pop, DNA, chamado “Coração Embriagado”. E não. Não é a versão de Drunk In Love de Beyoncé, e sim, um novo direcionamento na carreira.

Wanessa teve um início de carreira bem coerente, cantava músicas divertidas e românticas para adolescentes, com o tempo, o público cresceu e pedia algo novo, e a cantora chegou no ponto: Pop.

Em 2005, com seu quarto álbum, chamado “W”, a filha de Zezé di Camargo conseguia dançar e animar, com faixas como “Amor, Amor”, e fazer o público se apaixonar com típicas músicas de novela, como “Não Resisto A Nós Dois”.

Mas após alguns anos, ela resolveu inovar e começar a ser mais acessível, cantar para um público diferente, os LGBTs, e fazer apresentações em boates e pequenas casas de show. Veio o primeiro posicionamento diferente, o álbum “Meu Momento”, que simbolizava uma mudança mais concreta na carreira.

O tempo passou e ela foi mais fundo no público Gay, e começou a cantar somente em inglês, num estilo que faz muito sucesso nas boates do sudeste do Brasil, o House. Um ritmo dançante eletrônico com vocais poderosos. Então, foi lançado “DNA”, um álbum completamente em inglês e todo eletrônico. Analisando bem, foi aí, o primeiro erro.

Agora, em 2016, no ano do retrocesso, Wanessa “inova” indo para um estilo bem distante de todo o trabalho dela. Ela lançou sua nova música em forrónejo, chamado “Coração Embriagado”. Apesar do pai da cantora ser sertanejo, ela nunca se apropriou do estilo e já disse por aí que não se identificava. Se era por marketing das eras Pop/Gay? Sim! Era.

Na verdade, nunca entendi esse posicionamento limitado. Por que começar cantar somente em inglês? Por que não ter baladas românticas? (Até falei sobre isso em 2011). Por que agora só cantar em sertanejo? Por que somente músicas românticas? Por que se limitar, quando o Pop é aberto a tantos estilo?

Beyoncé lançou um álbum R&B em 2016, com músicas com outros estilos como Rock e Country, e não parece de modo algum a desagradar os fãs, já que as músicas fazem parte do conceito do álbum. Shakira, que era meio roqueira no início da carreira, já afirmou amar o Pop porque não há limitações. A brasileira Anitta, que sempre foi considerada uma cantora de funk, hoje é uma sensação pop no Brasil.

Pop é isso! Uma mistura, um conceito musical que consegue ultrapassar os limites dos estilos, dos públicos, e consegue trazer algo com personalidade pra música, e consequentemente retorno financeiro.

 

Enfim, então por qual motivo Wanessa abandonou um estilo que ela poderia abranger vários públicos para migrar para mais um público? A resposta pode estar debaixo do seu nariz, ou dentro da sua carteira.

Claro, que Wanessa não é obrigada a nada, ela pode fazer o que for para sua carreira que terá um sucesso razoável. Ela tem uma fanbase forte que vem trilhando as mudanças no caminho dela por esses 15 anos. Se ela está cantando feliz, seja o que for, eles ficarão felizes.

Um dos maiores problemas dela é bem maior do que isso, do que indústria. É a relevância como artista consolidada. Ela se mostra frágil tentando se encaixar no mercado, por falta de planejamento e pesquisa. E quando a onda do Forronejo passar? Quando não se comprar mais ingressos da Marília Mendonça? Ela topa cantar Axé? Funk?

E mais, quando a Wanessa Camargo de 50 anos olhar pra trás, e ver o que fez, como trilhou sua carreira, cheia de mudanças para agradar unicamente o seu bolso e seu ego elitista de direita, vai ser difícil receber os louros de uma carreira esburacada.

E aqui, paramos de publicar as músicas de Wanessa, já que o estilo Pop não se enquadra mais! Uma pena! Desejamos muito sucesso com o novo público e com o novo som, muitos discos em forronejo daqui pra frente.

Esse artigo traz as ideias e comentários do autor do blog, e não do O POVO.

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Fernando Diego Sioli

Blogueiro de Pop do O POVO; Coordenador de Mídias Sociais; Colecionador de Beyoncé & X-men; Retrogamer; Amante da Diversidade, da Saúde e da Felicidade.

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