No último fim de semana, a cantora Maria Gadu fez sua terceira apresentação em Fortaleza. Com ares de new diva da música radiofônica brasileira, ela mais uma vez reuniu um bom número de fãs para cantar os sucessos de seu disco de estreia, batizado simplesmente de Maria Gadu. Pena que esta tenha sido também a terceira vez que ela não se dá ao trabalho de atender a imprensa e ceder uma entrevista para o Jornal O Povo. Prometeu, mas não deu. O motivo, assim como das outras duas vezes que foi pedido, foi o mesmo: muitos compromissos de turnê. Acredito, se tornar tão disputada em tão pouco tempo de carreira. Como se não bastasse, há poucos meses, ela foi alçada a um panteão seletivo de cantoras que dividiram um disco com Caetano Veloso. Pra se ter uma ideia, nesse Olimpo estão ninguém menos do que Maria Bethania e Gal Costa, duas pontas do triângulo de ouro da música nacional. Mesmo sem estar se candidatando à terceira ponta, ocupada por Elis Regina, Gadu já chegou com força ao mercado com um disco bonito de se ver e ouvir. Cercada por aquela timidez friamente calculada, ela botou sua voz rouca a serviço de canções próprias cheias de pessoalidade e composições alheias, nada óbvias. Imediatamente veio um disco ao vivo que, de fato, mais parece um encontro particular entre amigos que um show para o público. Em seguida, mais um ao vivo, o acima citado trabalho acústico com Caetano. Agora fica a dúvida sobre o que ela tem para nos mostrar de canções inéditas. Quanto ao show em Fortaleza, foi 1h45 de atraso para 1h de show. Mas, ela tá podendo, né?

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

View All Articles