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Em 17 de março de 2010, Roberto Carlos lançou seu especial Emoções Sertanejas, contando com a presença de convidados como Chitãozinho & Xororó, Leonardo, Zezé di Camargo & Luciano, Sérgio Reis e Almir Sater. Em meio a tantos nomes consagrados no estilo interiorano, uma dupla chamou mais atenção, Dominguinhos e Paula Fernandes. Embora nunca tenha sido sertanejo, ele, um dos grandes nomes da música brasileira, dividiu com a estreante de voz empostada uma versão acústica de Caminhoneiro.

No fim daquele mesmo ano, Paula Fernandes seria uma das convidadas do especial de fim de ano do Rei, o que logo gerou um burburinho de que ali havia mais do que só admiração musical. A fofoca foi logo desmentida por ambos, mas acabou servindo de combustível para a carreira da bela mineira de 27 anos, nascida em Sete Lagoas. Aproveitando o padrinho real, ela lançou no último janeiro seu primeiro trabalho ao vivo, simultaneamente em CD, DVD e Blu-ray. O registro já ultrapassou a marca de 1 milhão de cópias e assumiu a pole position na lista dos vendidos do Brasil e de Portugal, ultrapassando Ivete Sangalo e Luan Santana. Pra coroar ainda mais o bom momento, a cantora levou duas (melhor cantora e artista sertaneja) das três estatuetas a que concorria no Prêmio Multishow 2011. É embalada nesse sucesso todo que a cantora se apresenta pela primeira vez para o público de Fortaleza, amanhã no estacionamento do Sítio.

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Os números em torno de Paula Fernandes impressionam em tempos de download ilegal e, claro, têm sido comemorados pela artista. “Foi um trabalho feito com muito carinho. Vencemos a pirataria com talento. Só tenho a agradecer a todos que adquiriram meus CDS e DVDS originais”, diz a cantora, em curtas respostas por email. Apontada por muitos como uma renovação no tão criticado estilo sertanejo, ela não nega que se tornou a nova porta-voz do gênero. “Estou muito feliz pelas oportunidades e por ser uma representante feminina neste universo tão maravilhoso que é a música”.

Por outro lado, a excelente resposta ao seu trabalho também tem lhe rendido alguns aborrecimentos. Um deles aconteceu em Primavera do Leste, Mato Grosso, onde a prefeitura chegou a publicar uma nota de repúdio à cantora que demorou três horas para chegar a uma escola pública onde as crianças teriam lhe preparado uma homenagem. Em resposta, a assessoria da cantora informou que não havia sido avisada do evento, que acabou acontecendo. Também não faltam comentários sobre esnobismo, estrelismo e chiliques no palco. Perguntada sobre se isso seria o preço da fama, Paula preferiu ignorar a questão. Outro alvo constante de alfinetadas, ela divide as responsabilidades sobre seu figurino. “Cada um tem seu estilo. Tenho uma figurinista e uma estilista que cuida dos meus looks e também dou meus palpites”.

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Apesar dos obstáculos, Paula segue firme seu caminho pelo sertanejo e já planeja um novo trabalho para o próximo ano. Para enfrentar uma média de 25 shows por mês, ela revela que não fuma, não bebe, cuida do sono e da alimentação. Embora tenha gravado Over the rainbow, trilha do filme O Mágico de Oz, em dueto com o americano Michael Bolton, ela confessa que “ainda temos muito o que fazer por aqui. Uma carreira internacional, seria algo mais para o futuro”. Até lá, ela segue fiel ao estilo moldado em festas de peão e barzinhos de mineiros. Se não é uma unanimidade (“toda unanimidade é burra”, segundo Nelson Rodrigues), é certo que Paula Fernandes trouxe novos olhares para a música sertaneja (seja pela beleza da voz ou da silhueta) e ainda deve ter uma carreira longa pela frente.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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