“Nos despedimos com um grande senso de gratidão, de finalidade e de incredulidade diante de tudo que realizamos”. Com essas palavras, o R.E.M. anunciou que está dando fim à carreira que já contava 31 anos. A pequena carta, assinada pelo trio, foi divulgada hoje(21) no site oficial da banda. “Pra quem já se sentiu tocado por nossa música, nosso mais profundo agradecimento por nos ouvir”, encerram.

O comunicado segue com as impressões particulares de cada membro. “Um sábio disse certa vez: ‘A habilidade de participar de uma festa está em saber a hora de sair’. Nós construímos algo extraordinário juntos. Fizemos essa coisa. E agora vamos nos afastar dela”, foram as palavras do vocalista Michael Stipe ressaltando que a decisão não foi fácil. “Mas tudo tem que acabar. E nós queremos fazer isso da forma correta. Da nossa forma”.

O baixista Mike Mills acrescentou: “Sempre fomos uma banda no verdadeiro sentido da palavra. Irmãos que verdadeiramente se amam, se respeitam, nos sentimos pioneiros nisso. Não há nenhuma desarmonia aqui, sem advogados, sem problemas, tomamos esta decisão em conjunto, de forma amigável e com os melhores interesses no coração. O tempo simplesmente pareceu certo”.

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Formada em 1980 em Athens, Georgia (EUA), o R.E.M. (Rapid Eyes Movement, do inglês Movimento Rápido dos olhos) estreou em disco um ano depois com o lançamento do single Radio Free Europe, pela gravadora independente Hib-Tone. Contando com o baterista Bill Berry (que deixou a banda em 1997 para “viver com a família em uma fazenda e descansar”), eles se notabilizaram como pioneiros no rock alternativo e lançaram grandes sucessos como Shiny happy people e Losing my religion, ambas do disco Out of time (1991). Em 2001, eles fizeram o primeiro show no Brasil, durante o Rock In Rio III, e voltaram em 2008 para apresentar o disco Accelerate. O 15º e último disco deles foi lançado em 2010, Collapse into now. As gravações de um sucessor já haviam sido anunciadas, mas foram interrompidas com a notícia do fim da banda.

O guitarrista Peter Buck encerra o comunicado dizendo que “uma das coisas grandiosas sobre estar no R.E.M. foi o fato de que os registros e as canções que escrevemos significaram tanto para os nossos fãs quanto significaram para nós. Mike, Michael, Bill, Bertis (Downs, empresário) e eu somos grandes amigos. Eu sei que vou vê-los no futuro. Assim como eu sei que verei todos os que nos seguiram e nos apoiaram ao longo dos anos. Mesmo que seja só no corredor de vinil de sua loja de discos local ou de pé na parte de trás de um clube: assistir a um grupo de 19 anos tentando mudar o mundo”.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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