Por Camila Holanda (@camilasholanda)
A profusão de melodias e sentimentos produzidos pela psicodelia do grupo pernambucano é valiosa para a música brasileira. Aliás, os artistas do movimento Udigruidi, na década de 1970, são de extrema relevância, devido à irreverência e ao estilo prafrentex da turma. Zé Ramalho, Lula Cortes, Alceu Valença e Marconi Notaro são alguns contemporâneos do Ave Sangria no movimento cultural.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=hyxrFOA0n9M&feature=related[/youtube]No primeiro e único disco do grupo formado por Marco Polo, Almir de Oliveira, Ivson Wanderley, Agrício Noya, Israel Semente e Paulo Raphael, vê-se o desatino de jovens inquietos que viviam em um Brasil paradoxal: de um lado, a contracultura, do outro, a ditadura. Ir contra os padrões fazia a cabeça deles. Ave Sangria também foi alvo das censuras do governo militar. A ilustração da capa do único disco da banda foi submetida a modificações, depois, definida pelos integrantes como sendo um papagaio drag queen. Após esse trabalho, feito sob vários problemas, a banda voltaria com o show Perfumes & Baratchos, que acabou servindo como uma despedida da curta carreira. Cinco anos depois, o guitarrista Ivinho seria o primeiro brasileiro a tocar no lendário Festival de jazz de Montreux, na mesma noite em que Gilberto Gil tocaria ao lado de Pepeu Gomes. Acompanhado somente pelo violão de sete cordas, ele improvisou cinco temas na hora que ficaram registrados em disco.
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