Imaginem uma multidão formada por milhares de cariocas comemorando o dia de São Sebastião nas areias de Ipanema. O ano é 2004 e a atração principal é Maria Rita, que está apresentando o repertório do seu disco de estreia. O público está cantando junto todas as letras e dançando o tempo inteiro. Agora se transportem para o Parque do Cocó, aqui na terrinha, em julho de 2009. Pensem em outra multidão gigantesca aguentando um atraso considerável causado pela chuva torrencial de momentos antes. A espera é mais do que compensada quando Maria Rita sobe ao palco. Eis que agora são os cearenses que estão cantando e dançando o tempo inteiro.

A única coisa em comum entre esses dois momentos é a cantora que está empunhando o microfone. O repertório naquele início era mais jazzístico, íntimo, pessoal. Para enfrentar aquele mar de gente, ela contava apenas com um trio de músicos formado por piano, baixo e bateria. Para o Ceará, ela já veio cercada por um time de oito bambas com quem dividiu um repertório formado principalmente por sambas. O curioso é que nos dois momentos, quem viu adorou. O fato só confirma a vocação e a desenvoltura de Maria Rita no palco.

Não é à toa que foi no palco que nasceu o disco Elo, base do show que esta paulistana de 34 anos vem apresentar hoje em Fortaleza. Também não é à toa que o disco é dedicado aos fãs e ao palco. Em meados de 2010, após a muito bem-sucedida turnê de Samba Meu, onde Maria Rita soltou por quase três anos ininterruptos a cabrocha que havia dentro de si, a opção mais sensata foi dar uma parada de seis meses. No entanto um convite para uma mini temporada na Europa reduziu as férias para menos de seis semanas. Para se afastar do esquema grandioso que a envolvia para o repertório de sambas, ela voltou para o estilo inicial e se cercou mais uma vez apenas do trio que a acompanha desde o início da carreira. São eles Tiago Costa (piano e teclados), Sylvinho Mazzucca (baixo) e Cuca Teixeira (bateria).

Embora ela diga (em material enviado para a imprensa) que não era essa a intenção, o show chegou ao Brasil e acabou virando disco. Por conta da ligação com os seus primeiros trabalhos, o nome escolhido para o lançamento foi Elo. Para o repertório, ela promoveu um passeio por lembranças e impressões musicais que a acompanham nestes últimos oito anos, desde que se lançou como cantora. Conceição dos Coqueiros (Lula Queiroga/ Alexandre Bicudo/ Lulu Oliveira) foi a primeira a entrar. “Foi durante a turnê Samba meu, em algum voo pelo País, que bateu algo enquanto a escutava. Senti uma emoção indescritível, com direito a nó na garganta e tudo”, diz ela no encarte. Santana (Junior Barreto/ João Araújo) foi excluída de Segundo, mas agora entrou. O mesmo aconteceu com a inédita Perfeitamente (Fred Martins/ Francisco Bosco).

Além desta, Elo traz apenas mais duas inéditas, Pra matar meu coração (Daniel Jobim/ Pedro Baby) e Coração a batucar (Davi Moraes/ Alvinho Lancellotti). As demais são sucessos de Djavan (Nem um dia), Rita Lee (Só de você), Caetano Veloso (Menino do Rio) e outros. Como Maria Rita escreveu, são canções que ela “há muito não cantava, canções que vivia cantarolando pela casa, canções inéditas que entraram noutros discos, encomendas de amigos”. Agora essas canções ganham vida e já podem lotar mais shows pelo Brasil.

Serviço:

O que: novo show de Maria Rita com o lançamento do disco Elo

Quando: Hoje (13), às 22h

Onde: Siará Hall (Av. Washington Soares, 3199 – Água Fria)

Preço: R$70 (pista); Frontstage – R$150 (inteira) e R$75 (meia); Mesa Premium – R$230 (inteira) e R$115 (meia); Mesa VIP – R$190 (inteira) e R$95 (meia); Camarote 1º piso – R$230 (inteira) e R$115 (meia); Camarote 2º piso – R$190 (inteira) e R$95 (meia). À venda no local (somente à vista) e no Bilheteria Virtual (www.bilheteriavirtual.com.br – aceita cartão)

Outras info.: 3278.8400

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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