Uma das vozes mais marcantes do rock, do blues e da MPB, Cássia Eller teve pouco tempo para dizer o que queria. Foram apenas oito discos lançados em 11 anos de carreira. Certa de que era no palco que mostrava melhor sua arte, três deles foram gravados ao vivo. Com sua morte, em 29 de dezembro de 2001, uma série de homenagens e trabalhos póstumos foram lançados, como o registro de sua participação no Rock In Rio 3, que rendeu elogios do ex-Nirvana Dave Grohl pela interpretação de Smells like teen spirit.

Em 2011, quando o Brasil completa 10 anos sem Cássia Eller, novas homenagens voltam à prateleiras, entre faixas inéditas e reedições. Uma delas é a Caixa Eller, box que agrega toda a carreira da cantora. Nele estão os oito discos oficiais de Cássia mais o póstumo 10 de Dezembro, lançado em 2002 para comemorar seus 40 anos. Completando o conteúdo da Caixa Eller, o DVD Violões traz um show acústico gravado no Teatro Franco Zampari, São Paulo, e apresentado na TV Cultura em 1996. Nele são apresentadas versões inéditas de Lanternas do afogados e Rubens, e entrevistas inéditas

Também está nas lojas a coletânea Relicário, produzida pelo amigo e parceiro Nando Reis. O projeto inicial era de fazer uma edição de luxo incluindo livro com fotos e textos inéditos. No entanto, quis a gravadora que o disco chegasse em versão simples, com 14 faixas compostas pelo ex-titã. Pra justificar o lançamento, Relicário traz três faixas inéditas, incluindo Baby Love que traz o filho Chicão na percussão. As outras duas são Um tiro no coração (lançada em 2000, num dueto com Sandra de Sá) e As coisas tão mais lindas (do disco Com você… meu mundo ficaria completo). Ambas aparecem em versões acústicas, ao lado de Nando Reis.

Há ainda projetos para outros lançamentos em CD e DVD das participações de Cássia no projeto e um documentário dirigido por Paulo Henrique Fontenelle. Para os fãs, nunca é demais. “Cássia não era só uma cantora, era a melhor cantora das últimas gerações”, elogia a atriz cearense Hertenha Glauce, que acompanhou a carreira da cantora, antes mesmo do sucesso. “Cássia era uma grande intérprete, tinha uma voz inigualável e com um repertório, absurdamente, maravilhoso! Há exatos dez anos, voltamos a ficar órfãos”.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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