Foi dessa proposta meio maluca que surgiu Canciones para Aliens, 22º trabalho do cantor, compositor e pianista de 47 anos, nascido no pequeno município de Rosário. Apesar de ser reconhecido como um dos nomes mais referências do rock de sua terra, Fito Páez foi fundo na pesquisa na hora de escolher as faixas do disco, que reúne composições alheias vertidas (ou não) para o seu espanhol.
A ideia para o álbum de versões nasceu quando Fito regravou Esta tarde vi llover, de Armando Manzanero, sob produção do maestro Leo Sujatovich. Seguindo sob a batuta do produtor, ele foi em busca de novas regravações. Com diferentes resultados, Dancing in the streets, do soulman Marvin Gaye, virou a balançada Baila por ahi, enquanto a operística Somebody to love, do Queen, virou uma balada de piano e cordas rebatizada de Las dos caras Del amor.
Canciones para Aliens traz ainda El breve espacio em que no esta, do cubano Pablo Milanés, que conta com um dueto do compositor. Responsável por boa parte das versões em casteliano, Fito Páez ainda se arrisca na complexidade de Bob Dylan ao transformar Ring them Bells em Doblen campanas. Nem a erudição do italiano Giusseppe Verdi ficou de fora. A peça operística O Coro dos Hebreus, escrita ao lado de Temistocle Solera e que ficou conhecida como Va pensiero, é a única que o argentino manteve na língua original. Buscando fugir do óbvio, Fito Páez dá o que tem de seu a cada reinterpretação. Um esforço nobre em nome de ver a Terra eternizada nas playlists interplanetárias.