CRédito: Tomas Rangel

Ao falar de Chico Buarque, um dos compositores presentes no recente Oásis de Bethânia, Maria Bethânia afastou por completo as notícias de que gravaria um songbook de oito volumes só com canções do carioca e, por conta disso, não iria fazer turnê deste último lançamento. “Quem falou isso deve virar a boca pra Maria de Vazante”, brincou justificando que o boato partiu de um comentário que ela teria feito “sabe-se lá quando” de que deveria gravar todas a obra de Chico, tamanha sua identificação.

Incomodada, ela também comentou sobre as críticas que recebeu por conta do blog O Mundo Precisa de Poesia, onde iria interpretar textos poéticos. A polêmica, que se espalhou pela internet no ano passado, era por conta do valor do projeto, R$1,3 milhão, que seria captado via Lei Rouanet, e já com a aprovação do MinC.“O blog não foi abortado por que eu não engravidei dele. O projeto é do Hermano (Vianna, pesquisador musical) e Andrucha (Waddington, cineasta). Eu fui convidada para fazer as interpretações, mas aproveitaram para me bater por que era o nome que iria causar mais frisson. Mas sou como o Chico Buarque, ‘não quebro por que sou macia’”.  

Mais tranquila, Maria Bethânia desvenda cada detalhe do seu Oásis. Sobre a foto estampada na capa, feita por Gringo Cardia no interior Alagoano, ela diz: “No meu oásis tem o sertão brasileiro. O sertão não tem nada, logo falta tudo. Tenho que lembrar que isso existe. Isso me bota do tamanho que sou”. Sobre obra e música, ela confessa que pouco ou nunca se ouve, assim como não se interessa por podcasts, itunes e outras modernices. Ao ver boa parte dos seus discos reunidos em duas caixas lançadas no ano passado, ela admite que achou “bonitinho tudo um do lado dou outro” mas prefere deixar que cada disco siga sua vida sozinho.

Ao ser perguntada sobre o que achou do disco da cantora e amiga Gal Costa, Bethânia começou dando uma boa gargalhada. “Eu sabia que alguém ia perguntar isso”, adiantou. Em seguida explicou que Recanto não é um disco qualquer, para qualquer hora, mas adorou, principalmente a primeira faixa, Recanto escuro. “Gal está cantando lindamente um repertório inédito feito pelo meu irmão (Caetano) especialmente para ela. Aliás, no mesmo ano o Brasil ganhar um disco do Chico Buarque e do Caetano é o máximo”, encerrou.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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