A gravadora Warner lança este mês um pacote de quatro CDs onde apresenta os novos nomes que estão chamando a atenção dos fãs do pop internacional. Se apegando a influências variadas, cada um dá seu recado do jeito que sabe. Logo na primeira faixa do disco Some nights, do trio americano Fun, a primeira impressão que vem é de algo inédito do Queen. É que a voz do vocalista Andrew Dost tem muito dos agudos do saudoso Freddie Mercury. Contando ainda com Jack Antonoff e Nate Ruess, a banda um pop cheio de linguagens e influências. Mesmo que numa primeira audição falte um hit, a escolhida para puxar Some nights nas rádios foi We are young, que conta com o reforço de Janelle Monáe.

 

Outra aposta é a inglesinha Jasmine van den Bogaerde, que assina pelo singelo pseudônimo de Birdy. A pianista de apenas 16 anos, canta feito gente grande uma série de nove covers e uma canção de próprio punho (Without a word). Juntando todas, o que se percebe é um apanhado de baladas bem arranjadas, sentimentais, que remetem imediatamente a um nome bem conhecido: Adele. É, a inglesinha multiplatinada já está deixando seus filhos. Melancólico, tristonho e sincero, Birdy se sai bem, mesmo quando acompanhada apenas de piano. Vale a pena acompanhar a moça.

O terceiro escolhido é o do estreante Ed Sheeran. Batizado economicamente de “+” ou Plus (o que dá na mesma), o trabalho mistura folk, hip hop, pop e o que mais estiver em rotação nas rádios atualmente. Adepto das canções fáceis, o inglês de 21 anos agrupou 12 composições próprias, algumas ao lado de parceiros, que, embora não tragam nenhuma invenção, devem emplacar algum sucesso. Mas, se é pra indicar um destaque, vou de Small bump, balada de sotaque acústico que evidencia o processo de composição do rapaz.

Por fim, Selah Sue é uma belga de 21 anos, que num primeiro momento, parece querer seguir os passos da new diva Lady Gaga. Mas essa impressão fica só na questão física. Na verdade, o som da moça vai além, numa mistura de Lauryn Hill, Amy Winehouse e Britney Spears (!). Puxado pelo sucesso Raggamuffin, seu disco de estreia chega ao Brasil seguindo a receita pop (baladas + som dançante). A balada Mommy, por exemplo, fala de forma tocante sobre o envelhecer. Com um som mais sessentista, Please traz o reforço de Cee-Lo Green. Mesmo que o som de Selah Sue tenha muitos gêmeos, atrai um bom público.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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