Quando Bob Dylan chegou ao festival de Newport acompanhado de uma banda de rock, a plateia não perdoou de vê-lo “se entregando ao lixo comercial americano”. O ano era 1965 e aquela atitude do outrora trovador solitário seria imperdoável. Quem diria que quatro anos depois a juventude estaria se congraçando num evento eletrificado chamado Woodstock. Para entender as transformações vividas na época, o jornalista Rodrigo Merheb sobrevoa os quatro últimos anos da década de 60 em O som da revolução. Ao longo de mais de 500 páginas, ele conta as histórias dos protagonistas da época mais frutífera do rock e mostra que consequências seus atos traziam. Com detalhes picantes e curiosos, ele aborda o ideário hippie do auge ao declínio. Com um texto sereno, fruto de uma pesquisa aprofundada, Rodrigo constrói uma história que vai além da música e passa por política, comportamento e questões sociais. Apesar da introdução com cara de tese de doutorado, O som da revolução é para ser lido de uma vez. De preferência com um bom disco de rock tocando.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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