Compositor que transita bem entre o humor escrachado e as baladas românticas, Leo Jaime nunca teve seu valor devidamente reconhecido. Daí esse goiano de alma carioca, revelado em meio aos roqueiros oitentistas, nunca ter tido regularidade nos seus lançamentos. Próximo dos 30 anos de carreira, ele teve menos de 10 discos lançados, apesar dos muitos sucessos radiofônicos. Um desses discos, Todo amor, está agora sendo relançado pela Warner Music. Trabalho primordialmente de intérprete, o disco foi lançado em 1996, depois de um intervalo (o maior deles) de cinco anos sem material inédito. Puxado pelo sucesso de Eu preciso dizer que te amo (Cazuza/ Dé Palmeira/ Bebel Gilberto), diga-se de passagem, em uma de suas melhores gravações, Todo amor trazia 10 faixas, das quais apenas duas eram composições de Leo Jaime. A primeira delas é a doce e nostalgica Começo, parceria com Marcelo Carvalho, que abre o disco. A outra é Infiel, co-escrita por Felipe de Abreu. As demais faixas, costuradas por uma sonoridade com toques de pop e jazz, são um apanhado de composições famosas ou não de Djavan (Outono), Caetano Veloso (Sete mil vezes e Minha mulher), Angela Ro Ro (Tola foi você) e outros. Todo amor ainda traz participações especiais e discretas e Lulu Santos (Esse brilho em seu olhar) e Gilberto Gil (Extravios). Para este relançamento, o disco ganhou mais uma faixa, Diz, composta por Dudu Falcão. Produzido por Fábio Fonseca e co-produzido por Memê, Liminha, Ricardo Palmeira e Lulu Santos, esse foi um dos momentos mais inspirados (inclusive na capa) do intérprete Leo Jaime, que deixou o compositor um pouco de lado, até voltar, em 2008, com Interlúdio. A previsão é que a nova versão de Todo amor chegue às lojas no próximo dia 18 de dezembro.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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