Nenhuma notícia deve ter emocionado e surpreendido mais os fãs de música brasileira do que a volta aos palcos de Baby do Brasil. Embora nunca tenha, de fato, abandonado seu ofício de cantora, já vinham muitos anos desde que ela havia restringido sua presença aos palcos golpes/evangélicos. Mesmo sem abandonar o estilo festivo e os cabelos roxos, a conversão inapelável fez a niteroiense de alma baiana se afastar bastante do público.

No entanto, na comemoração dos 60 anos (comemorados no último 18 de junho) da cantora revelada nos anos 1970 junto com o combo hippie Novos Baianos, seu filho Pedro Baby decidiu montar uma apresentação para que ela relembrasse antigos sucessos, como Menino do Rio, Telúrica e Tinindo trincando. O presente deu certo, teve continuidade e ela já tem data reservada até para o Réveillon do Rio de Janeiro.

Pois uma das principais expectativas para 2013 fica para que estas apresentações de Baby continuem e marquem seu retorno definitivo. Embora, por enquanto, sejam só planos, ela comentou que ainda pretende registrar essas apresentações em CD e DVD. A oportunidade também serve para adiantar a finalização do filme Apopcalipse segundo Baby, dirigido por Rafael Saar, sobre a trajetória louca a criativa de Baby do Brasil.

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Outro retorno importante e que deve ser sublinhado já teve suas bases lançadas há pouco mais de um ano. Depois de dez anos sem disco, a cearense Amelinha lançou o imprescindível Janelas do Brasil (Joia Moderna) e agora se prepara para apresentar o registro ao vivo deste trabalho que expôs sua voz em forma, unida aos violões de Dino Barioni. Esse primeiro DVD, que coroa uma carreira de 35 anos, foi gravado em São Paulo, em maio deste ano, numa noite que contou com as presenças de Fagner, Zeca Baleiro e Toquinho. A promessa é que o disco saia em 2013.

Ainda no Ceará, 2013 marca os 40 anos de Manera Fru Fru Manera, álbum que inaugurou a discografia de Raimundo Fagner. Lançado pela extinta Phonogram, em 1973, o disco apresentou ao Brasil um músico de voz rascante que interpretava um repertório cheio de personalidade, que ia da jovem guarda (Nasci para chorar) a temas folclóricos (Penas do tiê). Mesmo que tenha ficado, na época, marcado negativamente pela polêmica em torno de Canteiros, celebrar este disco é tão importante quanto celebrar os 40 anos de carreira de Ednardo, também completados no próximo ano. Ponto mais alto da produção cearense dos anos 1970, o disco Meu corpo minha embalagem todo gasto na viagem, mais conhecido como Pessoal do Ceará, trouxe, além de Ednardo, seus conterrâneos Rodger e Téti interpretando joias como Terral, Falando da vida e Beira-mar. Resgatar a história desses álbuns e personagens da música cearense deve ser um dos pontos altos do ano que chega, que poderia ser abrilhantado com o retorno de Belchior à música. Mas, quanto a isso, só o bardo pode se pronunciar.

Festivais

Por fim, dois grandes festivais devem chacoalhar 2013 com muito rock. Começa com o Rock In Rio, que já está com sua quinta edição nacional marcada para setembro, entre os dias 13 e 22. Depois de edições realizadas em Lisboa e Madri, o evento volta à terra que lhe dá nome e já anunciou as presenças de Bruce Springsteen, Muse e Ben Harper. Depois é a vez do Ceará Music confirmar seu protagonismo no Nordeste, superando a escalação de 2012. Depois de deixar os fãs em dúvida sobre se iria ou não haver festival, o CM apresentou, em duas noites, nomes de peso, como Titãs, O Rappa, Mick Hucknall e Evanescence. Agora fica a responsabilidade de manter essa curva ascendente e trazer mais atrações que coloquem de vez o Ceará na rota dos megashows.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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