capa do CD

Natural de Macaé (RJ), a cantora e compositora Marianna Machado apresenta Coisas Bonitas, seu disco de estreia. Produzido por Rodrigo Campello (Marisa Monte e Lenine), o disco segue a linha MPB contemporânea, com composições que variam entre timbres pop e mais tradicionais. A variação é fruto da influência dos pais, que ouviam de Sérgio Reis a Elis Regina. Com projeto gráfico que expõe a cantora em imagens entre o sensual e o performático, Coisas Bonitas conta com nomes de peso como Sasha Amback (teclados), Lui Coimbra (cello) e Suely Mesquita (direção artística e vocal). Segundo Marianna Machado, seu álbum de estreia não partiu de nenhum conceito prévio. “Fomos reunindo as músicas, tendo como fio condutor apenas a qualidade do repertório. Quando estávamos com a maior parte decidida, vimos como era forte nelas a presença dos quatro elementos”, explica em material enviado à imprensa. A voz de Marianna Machado é sussurrada e, aparentemente, de poucas modulações. Nos momentos mais lentos, soa sedutora. Nos mais fortes, falta peso. O destaque do repertório fica para Deus da saudade (Marianna) e Céu e mar (Suely Mesquita/ Lucina). A única regravação é Bola de meia, bola de gude (Milton Nascimento/ Fernando Brant), que, apesar da boa intenção moderninha, não chega a impressionar. Melhor ficar com a brejeirice de O cara (Pretinho da Serrinha/ Leandro Fab/ Gabriel Moura/ Rogê). Em meio a antas cantoras brasileiras, é um ato de coragem meter a mão nessa cumbuca. Palmas a quem tem essa coragem.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

View All Articles