O Festival de Jazz & Blues desce a serra. E é um dos maiores compositores brasileiros que abre a temporada do evento em Fortaleza. Edu Lobo apresenta por aqui o show que estreou em agosto do ano passado celebrando seus 70 anos de vida e 50 anos de carreira. Acompanhado dos músicos e parceiros Carlos Malta (flautas e saxes), o cearense Jorge Helder (baixo acústico), Jurim Moreira (bateria) e Cristóvão Bastos (piano), ele revisita os maiores sucessos de sua trajetória.
Dirigido pelo jornalista Hugo Sukman, amigo do cantor que também assina o roteiro, o espetáculo apresenta as composições – próprias e em parceria – seguindo uma ordem cronológica. Zambi, Upa neguinho, Pra dizer adeus, Ponteio, Beatriz e Choro bandido estão entre as músicas.
Carioca que dividiu a juventude entre Rio de Janeiro e Recife, onde ia passar as férias, Eduardo de Góes Lobo encontrou seu espaço na música junto com a turma da Bossa Nova. Entre apresentações no antológico Beco das Garrafas, em Copacabana, e no Teatro de Arena, em São Paulo, ele teve grande influência do lado político da bossa, junto com Carlos Lyra e Sérgio Ricardo. Por conta dessa identificação, foi convidado para compor a trilha do espetáculo Arena conta Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal.
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=wjsr271XDT0[/youtube]Do lado menos político e mais lírico, Edu Lobo acumulou grandes sucessos ao lado de parceiros ilustres. Com Vinicius de Moraes, com havia composto Arrastão (sucesso inaugural de Elis Regina) fez Canto triste. Entre muitos trabalhos, também compôs trilhas sonoras com Chico Buarque, como a do ballet O grande circo místico, que rendeu um dos mais belos trabalhos da música brasileira.
Em 2012, Edu Lobo lançou o registro ao vivo do show que fez na Holanda com a Orquestra Metropole. Foram 14 composições suas recriadas com arranjos de Gilson Peranzzetta. No ano seguinte, a Universal relançou os discos Camaleão (1978) e Tempo presente (1980) em box da série Dois tons.
