IMG_5703Mais uma vez a Arena Castelão abriu suas portas para um astro da música. E, agora, pela primeira vez, para um nome nacional. Na noite desse sábado, 5, foi Roberto Carlos quem estacionou seu calhambeque em Fortaleza para apresentar o show em que comemora seus mais de 50 anos de carreira junto com os 73 anos de vida, que ele completa no próximo dia 19 de abril.

Antes do início da apresentação, marcada para as 21h30, uma chuva fina tirou o sossego da plateia, que se espremeu nos poucos abrigos da Arena. A produção distribuiu algumas capas plásticas, mas não foram suficientes para as 45 mil pessoas que estavam no estádio. Os fãs se espremiam nas grades na esperança de conseguir uma capa.

Poucos minutos depois do horário previsto, já com o céu limpo e algumas estrelas tímidas no céu, foi Tom Cavalcante quem subiu ao palco para dar boa noite ao público e encomendar um coro de “Parabéns pra você” para depois de Emoções. Depois de imitar a atração da noite e narrar um gol de sei jeito peculiar, foi a vez da banda fazer um pot-pourri de sucessos e, em seguida, Roberto chegar todo de branco para receber muitas palmas.

Logo no inicio, a qualidade do som mostrou que não estava num bom dia. Microfonias e volume baixo fizeram parte da plateia reclamar. As pessoas sentadas nas arquibancadas superiores até organizaram um pedido para melhorar a qualidade, mas não foram atendidos. Principalmente nos momentos em que Roberto Carlos conversava, pouco era entendido. “Fiquei surpresa com a pouca qualidade do som. A plateia ficou parada por que não conseguia ouvir”, criticou a professora Helena Souza, que estava na plateia superior lateral.

Do palco, o Rei não fez menção às reivindicações e seguiu seu protocolo. Num repertório sem surpresas, ele deu ao público exatamente o que se espera de um show do Roberto Carlos. Da abertura como Emoções ao encerramento com Jesus Cristo e a tradicional distribuição de flores brancas e vermelhas (que faz de conta beijar), ele intercalou canções com longos diálogos falando sobre seu cachorro Axaxá e bastante sobre o amor. “São duas coisas que podem andar separadas (o amor e o sexo), mas, quando estão juntas, é bem melhor”, comentou o cantor, que também aproveitou para elogiar a Arena Castelão. “Que maravilha ficou essa obra. E em tempo”, arrematou o astro, que também fez vários elogios à banda.

Em cerca de duas horas de apresentação, Roberto Carlos percorreu sua história, desde a jovem guarda até o recente estouro de Esse cara sou eu. Um destaque fica para o arranjo vigoroso de O calhambeque, orquestrado pelo maestro e irmão camarada Eduardo Lages. Banhado por uma iluminação belíssima, Roberto rege a multidão como poucos. Mesmo que pareça frio e econômico nas interpretações (apesar da voz firme e muito bem colocada), a plateia responde empolgada a todos os seus gestos. O que mostra que, com mais de cinco décadas de música, o Rei ainda causa muitas emoções.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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