Entre boleros, sambas-canções e dores de cotovelo, eles se encontraram em 1982 e novamente dez anos depois, num registro ao vivo. Neste Reencontro, a dupla se cerca de sopros e cordas para dar voz a 17 canções reunidas em 12 faixas. Ângela, como é natural, perdeu o brilho nos agudos, mas segurou um registro adulto e elegante. Cauby, com voz mais grave, está melhor do que nunca. O resultado dessa mistura vai de acordo com cada faixa. Alguém como tu, já regravada infinitas vezes, ganha mais uma leitura bonita. Já Como é grande o meu amor por você tem cara de música para dia das mães, com direito àqueles teclados chatos e à dupla procurando o tom certo para sua voz.
De sublime há a dobradinha bilíngue Eu vou ter sempre você/ You’ll never know, iniciada somente ao piano sem afetações de Daniel Bondaczuk. Três palabras junto com Quizás, quizás, quizás é o momento para Cauby e Ângela fazerem o que mais sabem fazer. O resultado chega a dar vontade de dançar pelo salão. O mesmo acontece em Chove lá fora e Franqueza, também alocadas numa mesma faixa.
Aliás, a abertura de Reencontro acontece com Ângela e Cauby trocando de repertório. Com cada um bicando os sucessos do outro, fica clara a amizade, a cumplicidade e a admiração mútua.