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Lúcio Ricardo se juntou aos amigos no tributo à música cearense dos anos 1980 (fotos: Tatiana Fortes)

Um grupo de punks com cabelo moicano senta próximo ao espelho d’água, enquanto, ao lado, está tocando um baião arretado. Ao lado está outro grupo, agora usando longos dreadlocks e ouvindo reggae. Um pouco mais à frente é uma turma de crianças que se diverte pintando num espaço que logo mais será ocupado pelos músicos do hip hop. É com esse clima de mistura que começou a terceira noite da Maloca do Dragão.

O evento que marca os 15 anos do Centro Dragão do Mar reuniu um público variado na noite desta sexta-feira (2), para aproveitar uma programação igualmente variada. No anfiteatro, por exemplo, depois do show do Moacir Bedê Trio, um grupo de cantores locais homenageou a música cearense dos anos 1980. Aparecida Silvino emocionou a plateia cantando Depende e Hora do almoço, respectivamente, de Fagner e Belchior. Mona Gadelha se juntou à banda e lembrou as suas Crepúsculo de uma deusa e Cor de sonho. Além delas, o tributo contou com Lúcio Ricardo, Chico Pio, Régis e Rogério. No final, todos cantaram juntos o rock Sorvete e receberam muitos aplausos.

Soledad Brandão apresentou o show As nuvens serão um colar de margaridas

Na Praça Almirante Saldanha, quem apresentou o show As nuvens serão colares de margaridas foi a cantora Soledad Brandão. Já no espaço Rogaciano Leite, abaixo da passarela, o grupo Fulô de Aurora desceu do palco para se juntar ao público que aplaudia seus cocos e emboladas. Pequenas filas também se formaram em frente ao cinema, onde passou uma sessão especial do filme Bye, bye Brasil, de Cacá Diegues, numa homenagem ao ator José Wilker, falecido no dia 5 de abril.

Para o geógrafo Henrique Honorato, 37, a diversidade foi o ponto positivo da programação da Maloca do Dragão. “Estou vendo o uso bem democrático desse espaço, com todo mundo tendo acesso aos espaços”, comenta ele que veio conferir o show Nem samba, nem Sandra, nem mar, de Pantico Rocha. A filósofa e DJ Emanuelle Beserra, 26, também comemorou a mistura de públicos e sugere que ela se torne uma marca do Dragão. “Gosto muito dessa ocupação dos espaços. Precisamos mais disso, não só no aniversário”. Para ela, o único ponto que merece mais atenção da organização do evento é o cuidado com o entorno, tanto na segurança como da mobilidade. “Como está muito cheio, está difícil vir de carro”, explica.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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